sábado, 24 de dezembro de 2011

Victory is (will be) ours

É véspera de Natal e é lógico que estamos a dar os últimos passos de 2011. Estou com um espirito diferente de anos anteriores: decidi que a essência do Natal (e de tudo o que fazemos) está em nós, algures; timidamente escondida, creio eu. É já bastante tarde e o cansaço vai-se apoderando aos poucos da minha mente, depois do meu corpo, no entanto e talvez de ansiedade, não consigo desligar. Tive a ideia de relembrar este ano de forma algo cuidadosa e fazer um balanço do que (não) fiz durante o decorrer do mesmo. Estava com esperanças de conseguir tirar uma conclusão útil que me permitisse entender o meu, por assim dizer, desempenho anual. Decidi pedir opiniões às diferentes áreas cerebrais.
Devagar, foram acordando e escrevendo na folha branca. Esta depressa se tornava preenchida de pequenos comentários, simples apreciações ou apenas uns rabiscos que transmitiam a ideia de "tenho sono e não quero saber disso". Os seus achares diferiam bastante. Por isso e por uma ligeira ponta de preguiça e sono, não consegui concluir nada em concreto. Logo, apelidei o meu percurso de abstracto. Dei, ao que queria que fosse uma boa conclusão, um significado exactamente oposto ao pretendido. Porém, entendi que resoluções para 2012 serão necessárias podendo, eventualmente, chamar uma Troika das Áreas Cerebrais não cumpridoras das suas tarefas-base.
Falo de actos e decisões tomadas que, quer à pressão quer não, foram efectivas e decisivas (decisões decisivas? wow, imaginação formidável). O que mais me interessou foi o momento em que as tomei, mas nesta noite, madrugada, ou que nome tenha, estou interessado no culminar de tudo o que foi acordado.
É provável que esteja demasiado preocupado com o que fiz, com o que já está feito e não posso mudar, e deva preocupar-me com o que aí vem, com o que vou ter de lutar para não me afundar seja em relação ao que for. Vou ser um barco de guerra, isso mesmo! (mesmo os maiores navios de guerra têm as suas falhas, ninguém pode ser culpado)
Talvez tenha demorado tempo a mais a voltar a escrever, a ser abstracto comigo mesmo, a soltar-me da Terra por tenros minutos. Talvez tudo mude no ano que se aproxima a passos largos, ou talvez nada mude, ou talvez mude sem que repare, por causa de certa natureza distraída.
Tenho algum medo do próximo ano, pois sei que vai ser difícil para todo o habitante da casa... Espero, por mim, por ti ou outro qualquer, que seja mais vivível do que aparenta ser.



"We'll always stay the same, even though the circumstances may seem the worst"

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Meh , it's not a big deal - get lost

O segredo é ... uma palavra . Que tipo de palavra ? Bem , é um nome comum , concreto , contável , não-animado (...) . Basicamente , é uma palavra que muita gente despreza em termos de sentido . Se é segredo , é suposto que ninguém saiba o significado que se esconde de forma tímida e medrosa por trás de uma simples palavra . Por vezes , nós somos exactamente como palavras . Escondemo-nos atrás de um "está tudo bem" ou de um "nada" . Estamos , nesses casos , escondidos no meio da vegetação densa e tenebrosa da nossa mente , não queremos ser encontrados . O único problema dessa vegetação é ser desconhecida , até mesmo a nós , os donos dela . Ao longo do tempo , tentámos desenhar caminhos , no entanto , a vegetação cresce tão rapidamente que se torna impossível de reconhecer a terra já batida , verificada , e os caminhos traçados . Como em qualquer outra situação em que nos sintamos perdidos , começamos por entrar em pânico por não sabermos o que fazer a seguir . Olhamos para o telemóvel : sem rede . Olhamos para a luz que ainda há 3 minutos estava acesa um pouco mais à frente e ... nada . Encontramo-nos num tremendo vazio . Mas talvez fosse esse o caminho desejado , o caminho que , inconscientemente e por sorte , fomos traçando ou correndo por . É inevitável o medo , é inevitável que o sintamos , afinal de contas , estamos às escuras .
De repente , quando já passámos a fase do medo e alcançámos a fase de pensar no porquê das coisas , a fase de raciocínio que muita gente não atinge por preguiça , a fase onde paramos para pensar , a luz acende-se novamente e , quase que como por magia , é desenhado um pequeno trilho por entre a folhagem . A insegurança e o medo voltam a apoderar-se dos pensamentos que , por sua vez , estão imersos nos pensamentos correntes . No entanto , não substituem o raciocínio e a lógica , pelo menos não desta vez . Finalmente , decidimos seguir o caminho .
Consequências ? Pensar nelas depois deverá ser o melhor . Overthinking always overloads the damn brain . Então tomámos o caminho . Vou ser positivista e achar que vai dar a algum sítio onde o sol já brilha , ou que tem muitos candeeiros .
Sinceramente , não gosto muito de luz artificial . Também não gosto de legumes . Por incrível que me pareça , estas coisas existem na minha cabeça . No fim do caminho , encontrei vários outros caminhos que , seguindo uma certa "lógica" , irão dar noutros vários caminhos e ... e ... a uma grande embrulhada . Aqui , chego à conclusão que devia ter sido minucioso ao pensar no que cortar e traçar . Também devia ter pensado que me ia contradizer , como em tantos outros textos que para aqui estão perdidos . Não me interessa que os textos estejam tão ou mais perdidos que eu . Não me interessa que me contradiga , até porque é algo bastante saudável - conversar sozinho . Julguei ter tudo sob controlo , mas a única coisa que dei como garantida foi a que falhou , sem mais nem menos . Para a próxima levo água e uma sandes , sempre duro mais tempo sem perder a quase nula réstia de sanidade mental que me sobra .

I'm in there , somewhere ... (?)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Take care , my dear (world)

Tento abstrair-me do mundo , todos os dias um pouco . Tento não dar importância , não ligar , simplesmente não ver o que se passa durante uns minutos . Só dessa forma consigo sorrir e pensar que tudo está bem , ou então não pensar sequer , apenas sorrir de forma aparentemente estúpida e sem qualquer ponta de sentido . A paz é algo que nunca existirá , quer a mental quer a outra , aquela que é mencionada todos os dias nos telejornais , jornais e outros meios de comunicação que passam a vida a bater na mesma tecla . Se tivesse que fazer uma avaliação , diria que o mundo está  sempre parado , como se eu estivesse 24 sobre 7 com os olhos fechados e com o sorriso engraçado colado à minha cara . Por mais que façamos , parece nunca ser o suficiente . Parece , de alguma forma , que estamos a tentar abrir um cofre de aço , titânio e esses materiais esquisitos que eu não conheço com não mais que um ovo . O ovo , muito provavelmente , ia partir-se logo que fosse ao encontro do metal ... Sentir-me-ia frustrado a vários níveis e , por fim , ia ver que era escusado . O melhor seria mesmo deixar o conteúdo do cofre em paz e regressar à minha vida monótona , já sem ovo . Não estou exactamente certo do significado que dei , mentalmente , ao ovo e ao cofre . Escrevo por metáforas e coisas que se podem considerar facilmente sinais de ignorância ou medo . Mas não . Sou perfeitamente capaz de rebentar o cofre ou de fritar o ovo na frigideira . Pensando bem , talvez seja mais fácil do que aparenta ser , isso de abrir o cofre . Apenas necessitamos da combinação correcta , de umas voltas para a direita e de umas mais para a esquerda . Concluindo então que , sempre que precisamos de atingir algo , devemos dar voltas e voltas para .. não sei ... talvez nos certificarmos do acto que iremos fazer . Com a omelete é semelhante : para ela ficar bem feita , sem falhas , precisamos de dar-lhe várias voltas , sempre assistidos pela espátula ou o salazar .
São conhecidas várias expressões sobre voltas , sobre a vida , enfim , há expressões para realmente tudo . Mas uma coisa para a qual não arranjei expressão ou outro tipo de frases feitas e utilizadas por tanta gente que até me deixa sem vontade de as mencionar , utilizar ou de falar sobre elas ... é mesmo expressões que tenham um mapa com o caminho mais fácil para se viver . Bem , talvez não o mais fácil , mas o melhor . Sim , porque qualquer coisa que fazemos , faremos ou fizemos foi a tentar atingir o melhor , suponho .
Tenho , de forma um tanto rebuscada , uma certa inveja dos autistas . Sei perfeitamente que não me fica bem dizer isto , pois o autismo é uma condição mental muito problemática , roçando até o perigo , em algumas situações . Mas continuo com a minha comparação invejosa : admiro a sua capacidade de se isolarem do mundo (apesar de essa ser exactamente a sua condição mental) , admiro e invejo isso . Porque , dessa forma , não têm preocupações desnecessárias e tratam de eles mesmos e do seu mundo . Pois esse é o que devia estar em primeiro lugar , acima de tudo , de todos os outros mundos que por aí andam espalhados .

Cuida do teu mundo com todo o cuidado possível , ele não vai durar para sempre .

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Sunset should come more often , just an idea

Talvez deseje um mundo mais simples . Talvez deseje um pouco de facilidade no que faço , no executar de tarefas . Talvez isso alterasse o meu comportamento , o meu modo de ser e outros afins por aí escondidos . O «talvez» é sempre uma palavra-chave , para mim , pelo menos . Mas palavras-chave deviam , pela lógica , abrir "palavras-fechadura" ou "palavras-porta" . Para quê ? Para nos dar alternativas que não nos pareçam possíveis ou apenas sejam difíceis de se imaginar .
Ser visionário é algo que ambiciono . Porque , por se ser visionário , conseguimos ter uma percepção diferente de tudo um pouco , centrando-nos possivelmente em áreas de maior interesse para nós , ou para a pessoa questão . Mas o importante não é isso , o importante não é também ter alternativas ... O importante é saber , de acordo com o que queremos , que oportunidades agarrar e como as encontrar , desbloquear .
Oportunidades são as pequenas decisões que vamos tomando , no nosso quotidiano , que vão , aos poucos e com vagar , moldando o nosso futuro . Não o futuro em si , mas a nossa pessoa marcando uma presença nesse futuro , não fugindo aos azares do que muita gente chama destino , mas que eu intitulo de vida em si .
As chances de nos tornarmos felizes na totalidade são remotas , muito remotas , e estou a ser bastante generoso no que digo . Apenas defendo que devemos criar filosofias de vida que se apliquem a nós , inspiradas em sabe-se lá o quê , e não nos outros , como tantos casos que verificamos todos os dias , quer na televisão ou em redes sociais . Se bem que uma filosofia é o «amor ao saber» , é o relacionarmos o porquê com todas as questões essenciais que nos rodeiam . Então , filosofia de vida será relacionarmo-nos com os problemas e situações com que nos deparamos nas etapas de um dia , ou mesmo de uma inteira encruzilhada ... ups , vida *
Mas , de conclusão ou parte final semelhante a vários outros textos , cinjo que o mais importante em tudo isto que vemos , sentimos , é chegarmos à felicidade mesmo que , para isso , tenhamos de dar várias voltas , fazer ultrapassagens perigosas ou inversões de marcha em sítios indevidos .
Devemos , acima de muita coisa , olhar para nós , assim de vez em quando , e tentar perceber se há algo de errado e , se houver , resolvê-lo ou tentar que melhore .

"(...)
- Um dia vi o Sol pôr-se quarenta e três vezes ! 
Um pouco depois , acrescentou:
- Sabes ... quando se está muito , muito triste , é bom ver o pôr-do-sol ...
- E no dia em que o viste quarenta e três vezes , estavas assim tão triste ? 
Limitou-se a baixar a cabeça . " in O Principezinho


terça-feira, 25 de outubro de 2011

Nightcrawling deambulations

Estou deitado na cama , tudo está às escuras excepto o pequeno mostrador das horas da aparelhagem . Oiço lá fora o vento a passar por entre as folhas das árvores que , à mercê do vento , são débeis formigas por baixo da sola dos nossos simpáticos sapatos . Não sei que horas são e tenho a vista demasiado deturpada para as ver na aparelhagem que apenas está a cerca de 2m de mim , porém , as horas não me preocupam nesta noite . Na verdade , nem sei o que realmente me preocupa para não conseguir relaxar e dormir um pouco . Apenas sei que é algo que está de tal maneira incrustado que não me é possível retirá-lo da minha mente . Divago um pouco mais nesta ideia de ter imperativamente de dormir o mais cedo que conseguir. O único problema é que, ao pensar em algo, é-me praticamente impossível dormir pelo cansaço , apenas conseguido executar essa tarefa que se revela difícil ao meu sistema pela exaustão .
Chegar à exaustão é um ponto que tento evitar ao máximo , pois sei que quando , finalmente , reiniciar vou estar com uma réstia de exaustão no corpo , essa mesquinha perseguir-me-á ao longo do dia , da semana , ou até do mês se ela quiser . Há dias em que tenho dúvidas se nos é possível controlar o que está dentro de nós . Bem , não o que está dentro de nós literalmente , pois essas acções são involuntárias e automatizadas pelo nosso cérebro , mas sim o que está dentro de nós , no cofre que devia estar trancado a 7 chaves ou mais . Estou a desviar-me da exaustão , mas talvez retome o rumo pelo caminho correcto depois desta volta um tanto desnecessária . Mas , agora que mencionei isso , haverá um caminho correcto para o que quer que seja ? Então e "Todos os caminhos vão dar a Roma (amoR)" ? Há razões geográficas para esta citação , porém , não são essas as que procuro , de forma alguma .
Talvez seja uma pessoa que é demasiado terra-a-terra , e talvez por isso tenha de entender tudo , gosto que tudo seja esmiuçado para que perceba realmente o porquê de ser , de existir . Não gosto de olhar para algo ilógico , não gosto de coisas que apenas existem sem um significado aparente , que apenas estão lá porque sim . Defendo a teoria do "Tudo tem uma razão de ser" , mas há certas coisas que simplesmente não constam da minha enciclopédia , do meu disco rígido ou da minha whatever , é apenas um recurso metafórico que uso sem razão , aparentemente , apenas para dar mais luz ao texto , sendo um pouco hipócrita para com o que escrevi umas linhas acima .
Procuro todo o dia , e acima de tudo , um significado para estar aqui , neste determinado sítio , conhecer as pessoas que conheço e ter vivido os acontecimentos que vivi . No fundo , estou a tentar encontrar um fundamento para a vida . Julgo que toda a gente pensou nisto , ainda que apenas por escassos momentos .
Na verdade , tomei um rumo completamente diferente do que planeei , sendo isto completamente natural nas viagens que faço frequentemente ao subconsciente e às terras próximas dele . Ainda tenho muito que explorar , é certo , talvez um dia descubra o que há a descobrir , talvez seja famoso por isso , ou talvez apenas esteja iludido pela exaustão e cansaço que sinto .
«my bad , these are crossed , maybe it's easier that way»

domingo, 16 de outubro de 2011

turn over , NOW

Sinceramente não poderei dizer nada de verdade. Todos nós estamos condicionados, mesmo os que pensam não estar. Temos elementos que nos limitam a certas áreas da verdade. Posso então afirmar com certa convicção que todos mentimos. Sim, o facto de termos sido submetidos ao contacto com outras pessoas fez-nos alterar o nosso comportamento. Tentando adaptar-nos ao ambiente social em que, todos os dias, estamos inseridos, fomos mudando, a pouco e pouco. Mudando para melhor? Bem, talvez. Somos exactamente como o mundo, estamos sempre em movimento, mesmo quando tudo parece estar já em repouso, enquanto tudo dorme e está sem preocupação alguma, o nosso interior vai fazendo as suas mudanças devagarinho. Por vezes, chego mesmo a acreditar que o meu corpo e a minha mente têm vontade própria. Tento perceber a causa e a justificação existentes para determinados acontecimentos, porém, nada me ocorre e continuo com um vazio no pensamento. Não, o pensamento continua repleto de perguntas, a zona das respostas é que continua nova em folha. Será pedir muito, isto de obter algumas respostas?
São várias as situações com as quais nos deparamos, diariamente, que requerem uma ou outra resposta um pouco menos simples. Não devemos, de qualquer maneira, usar o "não sei" como desculpa esfarrapada ao que não conseguimos explicar. Já havia escrito uns 4 parágrafos sobre temas diferentes, sentindo-me um pouco hipócrita ao relê-los, sabendo perfeitamente que não era aquilo que queria escrever em concreto. No entanto, alguns dos temas que usei anteriormente estão a vir ao de cima neste novo texto que está a ser preparado com algum jeito e carinho, com algum rigor e frustração incutidos.
Tento, por aqui, expressar algumas das dificuldades da vida , aquela entidade que parece irritar-nos mais do que as finanças. Tendemos a chamar-lhe de tudo, mas já o facto de a termos é uma sorte. Costumo imaginar-me noutros sítios, uns onde é mais fácil viver e outros onde é aparentemente impossível, penso em ter outras vidas e penso depois nas hipóteses. Apenas chego à conclusão que devo contentar-me com o que tenho, assim como muitas das pessoas que parecem queixar-se de tudo o que há de menos bom. Não quero fazer discursos contra as pessoas queixosas, de diversas situações, não, não quero, quero sim marcar um ponto vital num caminho até, quem sabe, à possível felicidade, se ela realmente existir.
Aí está, não sei se a felicidade existe mesmo, não sei o que realmente existe, apenas sei que devo parar de me esquivar do que não sei, de forma a mudá-lo, aos poucos e muito devagarinho, para o que passei a saber.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

letter to a person I do not know , but I know the best , a letter to me

Pensas que estou escondido mas , ao mesmo tempo , pensas que me consegues descobrir . O único problema dessa equação que começaste a imaginar é que está errada , como que uma equação impossível , entendes ? Eu não estou escondido e tu apenas não me encontras por não quereres ou por já não saberes onde deves procurar: nos sítios mais simples , talvez seja uma boa opção , não ? Talvez apenas estejas preguiçoso , talvez apenas estejas à espera que te vá dizer onde estou . Estás ? Pois bem , eu não me mexi um centímetro desde a última vez que falámos a sério , a sós como só nos é possível a nós . Naquele cantinho onde ninguém alguma vez chegará , só eu e tu sabemos as armadilhas de trás para a frente , nós construímos todo o campo minado no decorrer dos anos .
Abre os olhos , para variar um pouco , olha à tua volta e diz-me o que vês . Tudo está diferente , sim , é verdade . Tudo à tua volta está mudado , está maior , ou completamente destruído . Tu estás entre esses dois extremos , agora toma um partido . Queres ser destruído ou crescer um pouco , eu cresço sozinho , mas tu estás incluído , se bem que não me tens acompanhado nestas últimas etapas do percurso . Agora sou eu que pergunto , onde estás ? Espera lá , não está na minha vez . És tu que tens de me encontrar , apesar de , e volto a repetir , continuar no mesmo sítio . Sou como um corpo emaranhado em algo pegajoso e difícil de eliminar , estou enrolado em caramelo ou em algo parecido . Não , algo mais amargo e duro , como cimento e limão juntos numa mistura estranhamente bem correspondida , neste caso .
Apenas quero que repares numa coisa , o cimento pode partir-se e deixar de cheirar a limão , mas o caramelo , a meu ver , nunca deixará de ter o seu travo doce . Podes escolher ser cimento e um dia partires de vez , nos dois sentidos que acabaste de entender . Podes também escolher ser caramelo mais um pouco , pois desde criança que és assim . Embora não tenhas crescido tanto que já não te relembres do teu eu do Passado , julgo que faço bem em relembrar-to e cingi-lo mais uma vez . Sublinho-te que tudo o que queres e precisas está no sítio onde só nós sabemos chegar , o tal que construímos ... lembras-te ?
Sim , lembro .
Afinal estiveste aí este tempo todo , gostaste de ouvir-me a lamuriar , aposto ...
A única coisa que não percebeste foi que , apesar de sermos enormes por dentro , nunca estás sozinho . Estou atrás de toda e qualquer porta que abres , estou ao pé de ti quando te lembras de algo . Agora lembra-te disto que te estou a dizer , nasci contigo e vou-te acompanhar em tudo o que houver para acompanhar , somos um .
Oh , mas não apazigúes o que escrevi sobre ti e a tua estupidez . Ah , espera , esta é dos dois ...

domingo, 2 de outubro de 2011

Bottled inspiration - sold out

A inspiração é algo que devia vir em garrafas. Pequenas ou não, caras ou não, difíceis ou não de se encontrar, mas em garrafas. Talvez assim conseguisse escrever aqui mais assiduamente ou apenas com uma frequência mais elevada do que nos últimos tempos. Dediquei-me a outros hobbies, pensando que conseguiria arranjar espaço para mais um ou outro, sem que deixasse outros mais antigos para trás. Pelos vistos não me foi possível fazê-lo, aliás, é como a maior parte das situações que ocorrem nos dias de hoje. Sempre que temos algo novo, tendemos a dar-lhe um certo tipo de atenção diferente do que damos a coisas que já nos habituámos a ter ou ver. Queremos quebrar rotinas, queremos tentar e pensar o diferente. Para além disso, é saudável quebrar rotinas. Apesar disso, o nível de saúde pode ser letalmente abordado por outros factores vindos... hm, talvez do passado. E com "letalmente abordado" quero sublinhar um ataque ao estado de sanidade mental de certo indivíduo. Ficamos, por assim dizer, divididos entre duas realidades paralelas e perpendiculares ao mesmo tempo. Esta será, a meu ver, uma conta daqueles que dão erro na calculadora. Porquê? Bem, por ser praticamente impossível consagrar estas duas realidades no mesmo sítio ou no mesmo mundo, sim , é isto mesmo.
O simples e único facto de se poder caminhar em frente e deixar alguma coisa cair, torna toda uma história fácil de ser mudada por alguém que a desconheça, sendo assim então um completo estranho com algo a mostrar, a provar. No momento em que esse estranho decidir ter alguma acção que permita, à pessoa em questão, identificá-lo por uma razão, passa quase que automaticamente a fazer parte de uma das realidades paralelas em cima referidas.
Eventualmente irá ocupar um lugar que outrora fora de um outro alguém, sendo inevitável que esse outro alguém seja substituído quase completamente.
Não é impossível resistir a uma uma troca, a uma substituição desta magnitude, mas nada é impossível, afinal de contas. Há coisas que são simplesmente disparadas contra nós quando menos esperamos, fazendo assim que estejamos completamente desprevenidos e apanhemos o dito tiro. Não conseguimos andar de colete à prova de bala para sempre, não nos podemos esconder para sempre. Na verdade, acho que é rara a aplicação do "sempre" que é correcta. Somos pouco terra-a-terra, hoje em dia. Conseguimos exagerar bastante no que dizemos uns aos outros, mas não que seja por mal, nada disso. Apenas porque estamos alucinados com algo, com a beleza da nossa idade, talvez.
Talvez não deva ser só a inspiração a vir em garrafas, talvez tudo o que pode ir e vir em pouco tempo devesse vir em garrafinhas, daquelas pequenas e às quais ninguém dá muita importância.

domingo, 25 de setembro de 2011

lonely rock bench

Um sonho. Há várias formas de o definir. Eu cá defino-o como uma criação do meu subconsciente, da minha mente por vezes calma, por vezes mais atribulada. Ultimamente, os meus sonhos têm sido um tanto rebuscados. Rebuscados mas não em termos de tema, mas mesmo em termos de conteúdo. Têm sido algo difíceis de imaginar acordado, se assim se puderem definir. Posso começar com um simples, para não me enrolar muito nas minhas palavras fracas em sentido literal.
Tudo começa comigo sentado num banco de pedra. Está bastante sol, calculo que sejam umas 14h da tarde. Apesar do sol, não está calor algum, suponho então que será Inverno ou Outono naquele sítio.
Vejo bastantes pessoas a passarem à minha frente. Nessa altura reparo que estou a respirar com certas dificuldades - é do frio - penso. Mas tinha-me enganado parcialmente: não era só pelo frio que assim estava, tinha vindo a andar desde muito longe e estava cansado. O porquê de ter vindo de um lugar longínquo até ali? Não o consegui descobrir até acordar, frustrante.
Continuo sentado no pequeno banco de pedra, sinto a textura áspera do mesmo enquanto vou "explorando" o ambiente onde estou inserido. Olho para cima e vejo o sol a passar entre as árvores, provocando uma sombra que apenas engloba o meu assento e um pedaço de jardim que está atrás de mim.
Levanto-me repentinamente e caminho em direcção a um simpático café e peço um B! Limonada, coisa que é raro beber. Volto a dirigir-me à rua, viro à esquerda e deparo-me com um eléctrico, Graça 28. Apercebo-me nesta altura de que estou em Lisboa, num sítio onde provavelmente não devia estar mas estava. Prontamente, mudo de direcção e já não encontro o meu solitário banco. Todo o cenário muda e já não me encontro sequer perto do local onde estava anteriormente. Assusto-me e começo a correr rumo ao sítio mais brilhante que conseguia ver - sinto-me um pouco um corvo, talvez até uma mosca ou uma traça - ri-me.
Estou perdido e apenas me apetece desaparecer, porém, toco numa pedra rugosa que me transporta até ao banco novamente. Desta maneira fiquei esclarecido: estava ofegante no início e agora também por ter corrido aquele bocadinho e ter sido levado para o banco novamente. O sonho era um ciclo vicioso que me apagava a memória e me fazia pensar em coisas diferentes.
Talvez a vida devesse ser assim, uma vez por outra.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

All we need is peace

Há dias em que nos apetece encontrar um buraquinho algures, metermo-nos lá dentro e não sair durante um dia, ou mais que isso. Há dias em que parece que a paciência simplesmente nos deixou com um grande NADA, em que parece que todo o pequeno pormenor vai na nossa direcção a cento e duzentos quilómetros por hora. Há simples momentos em que nos apetece desaparecer, fugir de determinado sítio para longe. Por outras palavras, isolarmo-nos um pouco do mundo.
Nestes tempos, vêm-nos várias defesas à cabeça. O cinismo é a minha favorita. E porquê? Bem, é algo um pouco confuso de explicar, como tantas outras coisas que provêm da minha imaginação e vontade. Pois, é então um mecanismo de defesa automatizado na minha pessoa. É discreto e extremamente eficaz, não deixando trespassar qualquer tipo de sentimento a não ser raiva e desdém. Desta forma, evito perguntas desnecessárias e pertinentes como as óbvias e usuais que não vou referir. Tento também assim não chatear ninguém com mais do que o meu sentido de humor um pouco negro e obscuro.
Oiço críticas a isto e aquilo, oiço insultos vindos de todos e dirigidos a outros tantos. Maior parte das vezes e dos dias, rio-me do que dizem e continuo a andar. Em dias como o de hoje, é-me extremamente difícil ignorar as injustiças cometidas por outros em prole de si próprios. Sendo assim, tento não as ver. Poderá isto ser chamado de uma certa cobardia? Pois bem , acho que sim. Sim, pode mesmo. E pode dado que evito passar por certas coisas para não ter de as enfrentar de frente, apenas para não ser atingido pelos fragmentos que vêm a alta velocidade na minha direcção.
Há buraquinhos que trazem paz, tais como o meu;
há buraquinhos que trazem tudo o que é mau ao de cima, fazendo assim como que uma pessoa normal se torne bastante socialmente inaceitável;
e há... não vale a pena falar de mais buraquinhos e refúgios, até porque apenas nos protegem durante um período indeterminado de tempo.
O melhor que podemos fazer é enfrentar o que nos é atirado e parar tudo da melhor forma que soubermos.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Nothing is true , everything is permitted

Nenhuma verdade é absoluta. O facto de não se conseguir provar completamente algo compromete, pelo menos em certas mentes, tudo o que é feito, dito ou visto. Se é impossível para essas pessoas compreenderem certas coisas? Talvez, mas garantia não é. Aliás, não é nem de qualquer maneira uma garantia por não ser possível tratá-la como verdade, mais uma vez. Talvez consigamos admitir que vivemos num mundo um tanto confuso e repleto de muitas coisas incompreensíveis mas, e por uma razão que ainda me é desconhecida, conseguimos aceitar e engolir tudo como se nada fosse. E se, com algumas dúvidas e senãos pelo meio, for uma capacidade do ser humano, adquirida com a evolução do próprio ao longo dos tempos? Se for, é uma capacidade que queria ter um pouco mais em mim, em cada dia. Porquê? Talvez para que, apenas a pouco e pouco, os dias se tornem mais suportáveis e facilmente encaráveis, longe de várias coisas sem as quais é difícil praticar as acções antes referidas. O desistir? É novamente relativo, se desistirmos de algo importante, quem sabe de que mais coisas desistiremos?
Se não dermos conta dos nossos actos, haverá sempre alguém que nos vai lembrar de o fazer, a verdade é essa, penso que o importante é sermos nós a entender o porquê de fazermos certas coisas, o nosso objectivo devia ser entendermo-nos a nós próprios e só depois tentar entender o resto do mundo.
Devemos, entre outras coisas, criar um pequeno mundo só nosso, um sítio onde possamos desfrutar de tudo o que queremos sem qualquer tipo de limite imposto. Aí seremos livres. Completamente? Julgo que sim. Se tivermos uma mente livre, clara e simplesmente afastada de um mundo mais feio, mais perigoso, mais real.
O medo de não sabermos o que é verdadeiro ou não assusta qualquer pessoa, porém, todos os dias somos fortes o suficiente para tomarmos certas declarações verdadeiras e outras falsas, temos força e inteligência suficientes. (In)felizmente, o ter ou não ter continua a não ser absoluto.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Go ahead , smile

Tenho pensado insistentemente em escrever aqui. Tenho lido alguns textos de blogs aos quais subscrevi, tentando ganhar coragem de vir aqui e fazer o mesmo que eles. Não para ser igual a eles, não para apenas dizer "também eu", mas sim para me expressar, sabendo perfeitamente que é necessário fazê-lo de tempos a tempos. Para falar verdade, nas últimas vezes que aqui tenho escrito tenho me expressado de uma forma um pouco tímida, divagando sempre noutros assuntos menos importantes e talvez um pouco mais banais. Talvez ache que assim fique mais bonito, mais poético ou mais outra coisa qualquer, não sei. Sei que não estou na minha maneira de ser normal quando escrevo. Fico um ser um pouco mais melancólico, mais sério, mais terra-a-terra e ao mesmo tempo mais aluado, fico confuso e pensativo sem intervalos entre ambos os estados de espírito. Fico livre e , de alguma forma, preso. Preso a quê? Preso ao computador, preso ao "papel" onde escrevo, preso às letras, exactamente. Porém, sinto-me bem ao escrever, sinto-me melhor ainda ao reler o texto no final e poder dizer "bom trabalho", poder orgulhar-me do que fiz.
Por vezes, penso no que estou a sentir. Vejo que não estou normal, vejo que não estou a sorrir. Vejo que estou sereno a apanhar com uma brisa na cara... entra pela pequena fresta da janela que deixo aberta todos os dias. De vez em quando embrenho-me de tal forma no texto que estou a escrever que deixo de dar atenção a tudo o resto. Talvez seja uma maneira de me concentrar, isto de me dedicar deste modo à escrita quando a pratico.
Lembro-me do bem que me sentia quando comecei este blog, lembro-me dos primeiros textos, lembro-me do sorriso que havia sido estampado na minha cara por algo fora do normal. Há dias em que algo me bloqueia o pensamento - como o dia de hoje, por exemplo. Nesses dias sinto uma irritação enorme por me faltarem palavras, ideias ou até mesmo imaginação para terminar um texto que podia , eventualmente, estar bom. Mas, afinal de contas, o que conta não é fazer (voltando como é costume ao início do texto), o que conta é fazer por nós próprios, com a intenção de fazer algo que nos irá beneficiar mais cedo ou um pouco mais tarde, ou então isso não será necessário. Exacto, não é necessário fazer algo com um propósito diferente de apenas um pequeno sorriso nosso, devemos fazer as coisas que nos possam, de alguma forma, dar algum gozo, prazer. Devemos aproveitar o dia de hoje da melhor maneira que soubermos para, mais uma vez, tirarmos um pequeno sorriso de todo um dia. Mais, não sabemos o que acontecerá amanhã, será então mais um motivo de medo ou de ânimo, força?
Penso que isto será algo insubstituível e absolutamente indispensável à vida: uma ponta de felicidade, um resto dela ou apenas marcas da sua passagem.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Damn , fell again ... Oh well , best way to be happy is to keep walking forward , or in this particular case , walking up

Hoje sinto-me algo desamparado . Não é algo novo , até porque vem já  de alguns dias para trás . Sinto que a qualquer momento , aleatório  ou não , posso cair sem possibilidade alguma de me agarrar . Sim ,  exactamente como se caísse num buraco enorme e não ver , pela tensão  do momento ou pela inexistência de , alguma raíz ou rocha que  estivesse ao meu alcance . Começo então a pensar o porquê de aquele  buraco ter aparecido ali , naquele momento . Talvez tenham ocorrido  mudanças que deterioram a terra por baixo , de modo a fazê-la ceder  aos poucos , devagarinho . A verdade é que estes agentes vão tendo a  sua eficácia verificada com o passar do tempo . Talvez aquelas terras  necessitem de mais raízes de árvores próximas para se aguentarem  intactas , ou só perto disso , durante mais tempo . E , no fim de  contas , muito ou mesmo tudo se resume ao tempo , aproveitado ou  desperdiçado . Sim , este é um dos agentes corrosivos ou  fortificantes de uma metáfora um tanto rebuscada para exprimir um  estado de espírito distante . Distante ? Sim , da superfície e do  balanço . O que quero realmente dizer é que tudo pode acabar num  buraco . Mas , com alguma sorte , de um falso fim pode nascer um  verdadeiro início , início esse que levará quem caiu de volta à  superfície do buraco sem retorno ( a "buraco sem retorno" chamar-lhe-  ei de suposição momentânea ) . A vida não dá voltas de 360 graus porque é simplesmente estúpido  dizê-lo ; é capaz de dar de 180 e tudo ficar do avesso ; mas é  também capaz de dar voltas de mais de 180 e menos de 360 , levando a  que nós tenhamos de andar um pouco mais para atingirmos o ponto  desejado .

sábado, 27 de agosto de 2011

Dude ... I'm so high ... Shut up , dumb motherfucker .

Deparo-me todos os dias, a cada dia mais aliás, com situações decadentes. Sim, utilizo este e não outro adjectivo por ser o mais simples e conciso. Refiro-me a um problema recorrente nos dias de hoje, nas gerações mais jovens talvez seja ainda mais recorrente. Não pretendo fazer um discurso moralista nem nada que se assemelhe a tal, pretendo apenas deixar o meu ponto de vista sobre certas situações, esta decadência será então a particular situação que critico ao de leve. Critico como forma de protesto, como forma de evitar coisas evitáveis. São tão facilmente evitadas que a pessoa que as vive não vê a opção de rejeitar. Critico as drogas e todos esses géneros de bichinhos viciantes, como deu para perceber desde cedo. Mas mais especificamente, critico o uso destas da parte de pessoas que mal cabeça têm para falar a sério de algo relacionado com estes tabus. Não entendo alguns comportamentos humanos. Ninguém consegue entendê-los a todos, apenas se se colocar a si próprio no mesmo lugar do sujeito em causa. Há uma certa hipocrisia na cabeça (ou talvez no coração) da pessoa que consome. Aposto que, ao falar com certas pessoas tidas em consideração, nega qualquer contacto com tudo isso, mas, ao ver-se num grupo de pessoas que consomem abertamente entre eles e, com alguma simpatia (pahahaha), oferecem também à pessoa recém-chegada. Essa tem duas hipóteses: Sim ou Não. Tudo se resume a isto... ou se calhar não apenas a isto mas a algo um pouco mais complexo e mais simples ao mesmo tempo: Cingir-me à minha palavra e ao meu pensamento ou deixar-me influenciar?
A influência pode e deverá mesmo ser bastante elevada, mas o que terá mais força? Um grupo de drogaditos ou a própria consciência? Penso, e julgo estar a pensar com todo o meu bom senso e a minha decência, que a própria consciência de um indivíduo é o que tem o maior peso em tudo o que faz, fez ou fará.
O problema não será o experimentar, longe de mim criticar quem experimenta. O que critico e a alto e bom som é quem não resiste a algo tão nocivo para o ser humano. Tento colocar-me no lugar de muita gente, de modo a poder compreender um pouco melhor a situação dessa mesma gente. Porém, há situações tão repletas de "senãos", actos inesperados e outros afins que não me permitem, de forma alguma, entender a posição da pessoa em questão em determinada situação.
"não precisamos de apanhar uma grande moca para passarmos um bom bocado"

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Dream Wave. well... not quite, it's more of a Wave of Dreams

Sim, ando numa "onda" de sonhos, ando com uma grande vontade de exprimir os sonhos fantásticos que tenho tido. Bem, talvez não sejam tão fantásticos quanto isso, mas ainda assim, são algo que dá que pensar - tento entender os meus sonhos, muitas vezes saindo frustrado por não conseguir fazê-lo. Há dias que ando a tentar reconstruir um sonho que tive. Lembro-me que começava com algo parecido a um estádio. Sim, isso mesmo, um estádio. Não me lembro das cores, nem de que clube era, porém, lembro-me de ver algo que me atraiu ao seu interior. Não chego a ver o que é, até porque tenho algum tipo de bloqueio que impede que me lembre dessa parte. Vejo-me então à porta da casa de banho das mulheres. Não como algum tipo de perseguidor perverso, não, longe disso. Estava à espera de algo, alguém suponho, pela lógica - uma mulher. Espero durante muito tempo mas, por alguma razão que me é desconhecida, nada se passou. Apenas pessoas passavam à minha frente naquilo que pensei ser o intervalo ou o fim de um dito jogo importante de futebol. Vejo uma mulher que desperta a minha atenção. Pensei durante uns minutos - será que devo? - chegando à conclusão de que devia mesmo tentar chegar-lhe. Tentei, tentei e voltei a tentar. Estava a remar contra a corrente, bem, contra o enchente de pessoas que ia na direcção das casas de banho, corrijo. Perdi a mulher durante uns instantes. Fugi prontamente para um canto, estava desiludido por ter demorado tanto a reagir. Mas, de súbito, pareceu-me vê-la de novo. Desta vez não ia perder a oportunidade, ainda que não tivesse a certeza de que fosse a tal mulher. Então atirei-me de cabeça, bem, o que fiz realmente foi correr e perseguir aquela silhueta de baixa estatura, cabelo loiro e pele branquinha. Sim, as mulheres loiras despertam a minha vista, não o nego ahah.
Corri, corri, corri. Estava exausto e a minha busca não tinha dado qualquer resultado. Estava cansado, exausto até. Sentei-me num banco com a cabeça nas mãos. Passados apenas alguns instantes sinto algo tocar-me no ombro ao de leve... Não dei importância, pensando que talvez fosse um insecto. Algo me volta a tocar, mas desta vez foi com força, ficando eu convencido de que não era nenhum insecto. Olhei para cima vagarosamente, a luz que entrava pelas janelas dos estádio ofuscou-me durante uns segundos, mas aí comecei a ver uns cabelos loiros - é a tal mulher - veio-me à cabeça. Perguntou-me o que se passava. Apenas lhe respondi que estava desiludido comigo mesmo. Perguntou-me então e com alguma lógica o porquê. Apenas abanei a cabeça. Deitou-se com a cabeça por baixo do meu braço direito e, como por magia, saímos dali. Aparecemos num prado verde, cheirava mesmo a campo. Mesmo quando ia a tomar a minha vez de fazer perguntas a mulher desapareceu... para longe, suponho.


Suponho isto por me ter levantado para a procurar, corri durante muito tempo, andei durante horas, até que desisti, mais uma vez, estafado. Fiquei a olhar para umas plantas de aspecto estranho. Tinham um insecto em cada uma.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

I'll make it through the corn maze, I'll make it to the road

Lembro-me da altura em que não sonhava. Lembro-me de desesperar por alguma ficção enquanto dormia. Lembro-me de esperar uma aventura espectacular antes de acordar cedo. Nada. Nesses tempos era a única coisa que vivia durante o sono. De há umas semanas para cá voltei a sonhar, voltei a participar em aventuras, voltei a idealizar dias, a concretizar desejos, enfim, voltei a sonhar. Lembro-me de ter sonhado com uma viagem. Não era uma viagem de carro, não era de avião, era uma viagem de mota. Mas também não era uma mota qualquer, era uma Vespa azul, daquelas antigas e brilhantes, simplesmente perfeitas. Estava sozinho, ou se calhar até nem estava. Lembro-me de estar a olhar para a frente com um capacete com autocolantes com cores vivas, estava com óculos de sol mas era de noite, o que me faz pensar que já estava a andar há várias horas. Parei finalmente numa estação de serviço, não sei em que país estava mas todo e qualquer sinal que me aparecera à frente estava escrito em Inglês. Entrei no restaurante da estação, pedi uma sandes com queijo e alface - é do dia anterior - pensei. Bebi um café. Não percebi ao certo o facto de me ter sido servido um Nespresso numa estação de serviço no meio de nada... ou quase nada. Fiz-me à estrada novamente após a pequena pausa, sentia uma vontade enorme de falar com alguém, então liguei a rádio para não me sentir tão sozinho. Mais uma vez, a língua falada pelo locutor era o Inglês. Sinceramente, não liguei ao que ele dizia nem um pouco, apenas queria companhia na solidão da noite. Deixei-me dormir no próprio sonho, acordei na berma da estrada deitado sobre algo que estava entre milho e feno, tendo o cheiro de um e a textura do outro. A Vespa estava perfeitamente estacionada numa pequena falha na plantação. Olhei em volta, o sol ofuscou os meus olhos sonolentos e quis voltar a dormir. Ganhei coragem e levantei-me. Andei por ali alguns minutos. Lembro-me de olhar para o relógio e serem apenas 7:25h da manhã, à volta disso.
Quis fazer-me à estrada novamente mas, mal toquei na Vespa para a empurrar levemente até à estrada, acordei. Todo o sol, todo o aroma que estava no ar, tudo o que estava a viver ali tinha desaparecido. Penso que desta vez perdi o sentido do sonho, apesar de saber perfeitamente que nem tudo o que sonhamos tem um sentido. Ou talvez até tenha percebido o que o subconsciente me queria dizer com isto e apenas precise de outro sonho para me lembrar.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Make it in pieces

Lembro-me de há uns dias ter vindo aqui, procurando escrever algo com qualidade, algo suficientemente bom para me fazer dizer "yeah, I still got it.". Passou-se exactamente o contrário, nada me saiu, pensei por momentos que talvez tivesse perdido a magia, depois voltei a remexer no assunto e cheguei à conclusão de que talvez apenas fosse um mau momento, uma má altura, um mau dia. Bem, não sei. Não sei o que foi que me fez congelar, os meus dedos não se mexiam de forma a conseguir o bater contínuo no teclado ao qual estou habituado. Senti que, para além do imenso vazio e obscuridade de uma noite passada sozinho, estava também um silêncio de meter medo ao susto. Ouvia o chiar da minha cadeira de braços, ouvia as árvores a mexer lá fora, nada mais. Desisti (algo que não devia ter feito) e fui deitar-me. Apaguei a luz do candeeiro vermelho e retorcido. Tapei-me até às costas - apesar do vento, está calor - pensei.
Tentei dormir mas algo me perturbava. Voltei a pensar no texto e na pequena desilusão que havia apanhado. Tentei dissuadir-me disso, meti na mente algumas imagens engraçadas, mas não resultou pois eram apenas fragmentos.
Dei dois goles na garrafa de água, o calor estava mesmo a apertar. O vento tinha desaparecido. Olho para o relógio: são 3:25h, penso já ter dormido alguma coisa.
Volto a lembrar-me do texto, ou da falta dele. Agarrei num caderninho, balbuciei algumas palavras que nem eu próprio percebi, e escrevi. Penso ter escrito durante 1h ou coisa parecida, tudo o que me veio à cabeça foi passado para aquele papel, para aquela folha daquele caderno sem capa. Acabei de escrever. Guardei o caderno. Ainda faltava algo. Parecia que tinha um assunto pendente e não podia deixá-lo para depois da longa dormida que tinha pela frente. Aí percebi o que era: o que tinha escrito naquela folha tinham sido os meus pensamentos mais recentes, aqueles que são os mais importantes. Senti que ninguém os podia ver, hipótese que aumentava tendo-os escritos numa folhinha de papel. Então decidi rasgar essa folha. Sim, rasguei-a em pedaços pequeninos, meti muita cola por cima desses pedaços e envolvi-os por uma outra folha, folha essa que foi parar ao cesto do lixo.
Olhei novamente para o relógio: eram 4:39h.
Deitei-me novamente e pela última vez nessa noite, ou madrugada. Senti-me finalmente aliviado, senti que conseguia dormir por dois dias que nada ia desabar. Senti que um pequeno texto falhado nada quer dizer, apenas me incita a escrever mais vezes.
«tentativa e erro, tentativa e erro»

domingo, 24 de julho de 2011

I was wondering... No, actually I was wandering...

Os textos por fazer vão-se acumulando, continuo sem saber o que se passa, continuo a vaguear pela minha mente sem qualquer rumo. Tenho notado que tem havido um maior número de rasgos de luz, o único problema é que a preguiça e a não-disponibilidade têm aumentado também, logo, tem-me sido difícil concretizar qualquer texto ou qualquer ideia que tenha surgido eventualmente. Tem-me sido também difícil "engolir" tudo isto. Avante, nada será se eu não lhe der importância. Espera, talvez já lhe esteja a dar importância, e daí venha o que estou presentemente a escrever.
Ultimamente tenho sonhado bastante. Não sei bem sobre quê, apenas me lembro de alguns pequenos fragmentos. Vejo uns cabelos loiros à minha frente, vejo um rio noutro dia, vejo-me a sobrevoar Lisboa, vou tão alto que já só reconheço a nossa península. O que é isto? Penso nunca ter sonhado tão alto, penso nunca ter visto algo tão real enquanto dormia. Desconheço estes sonhos, não por completo, longe disso aliás. Reconheço algumas coisas, como as que referi em cima, nada mais. Quero fazer como quero, é o meu sonho. Mas avisto alguns vultos no meio de tudo isto, talvez se tivesse trazido os óculos visse melhor, pensei. Não importa, vou continuar a andar, apesar de não compreender o porquê de estar de volta ao chão. Continuei a andar, agora os vultos estão próximos de mim e ainda não consigo distinguir nada da sua fisionomia. Oiço barulhos, como se estivesse no meio de muita gente, no entanto, os primeiros vultos mantêm-se e apenas são cerca de meia dúzia. Sim, meia dúzia de vultos que me estão a enlouquecer com tanto barulho. De repente, o meu corpo começa a correr. Deixou de estar no meu domínio, o sonho. O subconsciente está a levar a melhor, mais uma vez e para variar... Caí de um precipício, acordei. Não consigo dizer se o facto de ter caído do precipício me fez acordar, levando assim a melhor ao meu controlador dos sonhos. Talvez quem tenha levado a melhor tenha sido ele , visto que me fez acordar de madrugada. Não me lembro de mais sonhos nessa noite, curioso é o pormenor de apenas ter dormido 1h. Hora essa onde tudo isto se passou. Talvez quando se sonha se perca o tempo, ou apenas o tempo se perca nos sonhos, uma das duas.
Com isto vagueei. Vagueei no subconsciente, esse lugar onde é difícil de se entrar. Olhei para alguns fragmentos de sonhos, consegui reconstruir este.

domingo, 17 de julho de 2011

Opportunity, you're mine! Damn, actually you're not.

Reparo neste momento que há vários posts, textos, mensagens ou o que lhes quiserem chamar, por acabar. Reparo também que esses mesmos textos provêm de rasgos de inspiração que me vêm à cabeça por momentos e não são logo aproveitados. Talvez estivesse a fazer algo mais interessante, talvez estivesse sem paciência para escrever, mesmo sabendo que, naquele momento em particular, o conseguiria fazer. Não sei, mas com certeza há uma razão para eu não ter aproveitado. Sim, com isto quero iniciar uma mensagem, que talvez nem seja terminada (mais uma vez), falando do nosso sentido oportunista. Sim, todos temos disto. Disto? Sim, é algo que não sei como considerar. Aliás, classifico-o como uma "coisa", uma coisa que não me diz muito, apenas sabendo então que existe. Onde o posso ver em acção? Hm, não é difícil. Podemos verificar que isto existe num jogo de futebol. Sim, aí mesmo. Quando o guarda-redes defende uma bola difícil e, porventura, está lá um avançado da equipa adversária com sentido oportunista suficientemente apurado para adivinhar que a bola iria ressaltar para ele, de forma a conseguir facturar. Mas não era exactamente de sentido oportunista que queria falar, era mais da nossa capacidade de aproveitar as oportunidades que nos são dadas.
Talvez assim o texto faça mais sentido...
Sim, nós, seres-vivos, temos a capacidade de reconhecer uma oportunidade e de agarrar a mesma. Talvez os animais agarrem mais oportunidades que nós próprios. Sim, nós pensamos em demasia, e, por vezes, isso faz com que nos mantenhamos estáticos e, como consequência, que percamos uma ou outra oportunidade. Apesar de ser difícil aproveitar tudo o que nos é dado, penso que é possível. Óbvio e não necessário de referir será o facto de uma oportunidade agarrada significa uma escolha feita, escolha essa que poderá condicionar eventuais oportunidades que viriam a acontecer. Tento escrever sobre oportunidades, mesmo sabendo que eu próprio já desperdicei algumas... valiosas até. Mas todos erramos, é a maior verdade. Penso que todos temos perdão quando erramos no que toca a oportunidades.
Mais uma vez, volto a verificar que escrevo num tom até um pouco hipócrita, se é que isso existe na verdade. Tenho experimentado quebrar a rotina, talvez de forma a criar novas oportunidades ou até de ver oportunidades já antigas e esquecidas. Muito sinceramente, tem resultado.
Apesar de continuar a achar que está algo em falta, dou este texto por terminado. Talvez apenas não queira acumular mais um na pilha dos "rascunhos", talvez apenas tenha sentido falta de escrever, a verdade é que o aqui está é verdade, pelo menos é verdade na minha mente.


(interessante: pesquisei "agarrar oportunidade", de modo a arranjar uma imagem que consiga ilustrar minimamente este texto, mas apenas me apareceram jogadores de futebol.)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

I'm not aware of who won, brain says it's him, but he's an organ with some giant pride

Bem, talvez hoje seja um dia, uma noite, corrijo, diferente. Talvez hoje seja tempo de escrever algo de uma forma diferente do habitual, quebrar o normal, entendem? Hum, talvez não. Mas, mais uma vez, isso não me interessa. Pensei em fazer uma conversa, sem saber bem como. Pensei que, para uma conversa, são necessários um ou mais indivíduos, sujeitos, locutores. Então pus-me, mais uma vez, a pensar, mas desta vez em dois sujeitos, animados ou não, que pudessem aqui ajudar-me com um diálogo. Sim, os que me vieram prontamente à cabeça foi o coração e o cérebro, apesar de ser um pouco difícil imaginar uma conversa entre eles... Não, até nem é difícil, dado tudo o que se passa. Então é o que vou tentar fazer.

Que pensas que estás a fazer? Quem? Eu? Sim, tu aí de vermelho. Que estás a fazer? Eu? Eu estou a fazer o que realmente me compete, ao contrário de ti. Eu também estou a fazer o que me compete. Ai sim? Sim, estou a comandar um exame à tua estranha actividade. Afinal de contas, eu comando o corpo do indivíduo onde estás e estamos todos alojados. Deves pensar que és muito importante, tu... E é totalmente verdade, sem mim nada neste corpo funciona. Talvez seja verdade, mas sem mim tu também não funcionas. Ehr... (tosse atrapalhado), está bem, mas estás a desviar-me do assunto. Não fui eu, tu é que te desviaste inicialmente. Cala-te durante uns minutos, estás a tirar-me do sério! Não tenho culpa, tu é que dás demasiada importância a todo o pormenor. Eu? Tu fazes com que eu dê importância a quem não a merece! Desculpa? Eu apenas mando fazer o que os sentimentos do rapaz realmente querem. Mas eu não quero obedecer, e agora? Tens de o fazer ahah, é a lei natural da vida. Quem te disse que isso existe? Tu próprio, passas a vida a gritar lá na tua sala, lá em cima. Apenas oiço algumas coisas. Mas tu não podes fazer parte disso, tens de deixar o rapaz viver. E ele sempre viveu com amor, está vivo, não está? Está sim, mas apenas porque eu estou lá para o obrigar a levantar, apesar de ficar um pouco incapacitado quando tu erras nas tuas decisões. Mas... errar é humano, sempre foi. Entende uma coisa, tu não és um humano, apenas fazes parte dele. Sim, talvez isso seja um pouco verdade, ou até totalmente verdade. Mas se eu não existisse o rapaz não passava de um robô. Talvez, mas não achas que viveria melhor assim? Como é que alguém pode viver sem emoções, sem amor, sem tristeza? Sem tristeza é possível... Oh, claro que é, mas tu percebeste o que quis dizer. Sim, percebi bem. Mas tu também tens de perceber que muita gente se fartou da vida devido aos desgostos que tu dás, por seres tão aventureiro e agires sempre de "cabeça" quente. Sim, mas eu não tenho culpa! Se não for assim, como serei? Talvez um pouco mais cauteloso? Não dá, a sério, é muito difícil para mim fazê-lo. Não é por má vontade. Mas tu enervas-me com isso, sabes? Sei, perfeitamente aliás. Então se sabes por que razão continuas a fazê-lo? Já te expliquei, é-me impossível evitar isso. Alguém me dê algo para atenuar os nervos, este tira-me sempre do sério. Temos de chegar a um consenso, percebes? Claro que sim, mas tens também de perceber que este consenso, como tu lhe chamas, prefiro chamar-lhe acordo, não vai durar muito... E porquê? Eu sou mentiroso, minto compulsivamente, mas sempre com uma causa concreta. Ao contrário de ti que, por vezes, mentes só porque sim, porque te dá na gana. Isso é uma forma de divertimento (diz indignado), e uma mentirinha nunca fez mal a ninguém. Talvez não tenha feito, mas e se forem várias mentirinhas? Pois... isso é capaz de ser uma grande confusão... Não é capaz, é mesmo uma grande confusão. Talvez, mas estás a fugir ao assunto outra vez. Eu vim aqui abaixo pois tu estás outra vez a ter um dos teus movimentos repentinos. E depois? Não posso? E se der em asneira, uma vez mais? Se der em asneira, deu, olha, acontece. Sim, mas como saberás que é a tal? Simplesmente não sabes, isso vê-se com o tempo. Então... Espera que ainda não acabei. Tens de perceber que, quer nesta quer noutra idade, qualquer uma pode ser a tal. Sim, mas... CALA-TE, deixa que isto seja à minha maneira, pelo menos desta vez. Hmpf, está bem, mas só desta vez, garanto-te que se tiver de vir aqui novamente não serei tão brando.

E realmente tinha razão, hoje foi uma noite diferente. Consegui executar a tarefa a que me fui propondo fazer durante o dia de hoje, ou de ontem aliás. Hei-de descobrir quem ganhou, pois não acredito no que o cérebro me disse, e ele é orgulhoso também.

sábado, 2 de julho de 2011

Me, Myself, I, it's my world, yes, it's mine, see ya !

Hoje decidi fazer um balanço deste ano. Não só do meu, não, de longe pensar nisso. Decidi fazer um balanço global do ano de várias pessoas à minha volta, contrastando com o meu. Não foi a ideia mais brilhante que tive até hoje, aliás, está a milhas disso, mas sinceramente não me interessa o brilhantismo das minhas ideias, até porque ele não conta para muito, é verão afinal. Pois bem, fiz então isso mesmo, um balanço deste ano. Verifiquei tudo o que aconteceu e concluí que este ano foi até bastante bom, apesar de tudo e apesar de continuar a achar que algo me escapou, foi, na sua globalidade, um bom ano. Houve mudanças como sempre houve e como sempre haverá, mas a questão não será essa, com toda a certeza. A questão será sim o nível dessas mudanças. Bem, não é o nível que quero dizer ou contar, apenas se são boas ou más. Ou menos boas ou menos más, algo assim. Talvez karma seja a palavra em falta, apesar de não acreditar muito nessas coisas.
Reparei que desde há uns tempos que comecei a colocar imagens nos meus textos, tentando ilustrá-los da forma idealizada na minha mente. Na verdade, nem sempre saem como eu queria, aliás, é raro saírem. Apesar de tudo, é algo que complementa, completa a estrutura de um texto.
Na nossa vida temos e teremos situações em que necessitaremos de complementos para que ela se torne um pouco menos dolorosa e, por assim dizer, mais "vivível".
(4-7-11) Há então tipos de obstáculos que nos fazem querer dizer "Já fui. Não consigo mais. Não vale a pena, simplesmente", mas para que existem estes obstáculos? Para serem ultrapassados, exactamente. Todos temos formas diferentes de os ultrapassar, é verdade e ninguém o pode negar. Mas será que todas estas maneiras têm o mesmo grau de eficiência? Será que todas elas são a maneira certa? Pois, talvez, é um pouco difícil de se saber, até porque isto pode e deverá mudar de caso para caso. Pois bem, um balanço do meu ano resultou nisto, apesar de não saber ao certo no que terá resultado.
Mas volto a sublinhar, não foi apenas do meu ano... ou talvez até tenha sido. Afinal de contas, o que revi foram memórias, momentos, vividos ou alterados pela minha pessoa, portanto, penso que isto se pode considerar um modo de expressão um pouco egoísta. Sim, talvez o meu ano e o meu mundo sejam uma grande bola de egoísmo, mas não me importo com isso, de todo. Até porque sou eu que controlo isso, é como se tudo girasse no meu dedo.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Something woke up something and that something woke me up and buged me

Por momentos passou-me pela cabeça que talvez estivesse inspirado esta noite, pelo que vejo agora não me parece muito que o esteja realmente. Aparências iludem, afinal de contas. Talvez por isto deva continuar. Continuar nem sempre é o certo. Minto, continuar é sempre o certo. Agora, o sítio para onde se continua é que pode ser certo ou errado, errado não tanto, apenas menos certo que o outro. E talvez o menos certo seja aquele que mais vezes escolhemos, seja por ter algo que nos atrai, de modo a que este algo nos cegue e não nos permita ver o que está para além dele. Talvez se conseguíssemos ver o que está para além do futuro próximo não errássemos tanto. Mas o errar faz parte de nós, não o conseguiremos evitar por muito que tentemos. Se soubermos isto é favor tentarmos, pois nunca saberemos o que uma das tentativas, ou até várias, de ultrapassar o tal erro resultará.

Tem-me dado para escrever no futuro. Talvez isto queira dizer que o passado já nada ou pouco me interessa. Quer dizer, ele interessa, lá no cantinho dele. Mas nos tempos que correm damos-lhe muita importância. Penso que o facto de o conseguirmos ignorar nos proporcionará uma vida melhor, tanto no presente como naquele sujeito desconhecido a quem chamamos futuro. Desconhecido? Não é bem. É mais indefinido. Sim, isso mesmo, indefinido. Até se conhece o futuro, ainda que pouco pormenorizadamente. Neste mundo tudo é relativo: nada conhecemos concretamente, até ao último pormenor; nada analisamos com real atenção; de nada queremos mesmo saber. Enfim, o nosso mundo consiste numa enorme bola de "nadas", tal como muitas das vidas dos que nos rodeiam, ou até mesmo das nossas. Nada podemos fazer para alterar estes pequenos pormenores, estes detalhes que ao olhar dos de fora parecem completamente insignificantes, estes (...) que não interessam a ninguém ao não ser aos donos dos mesmos. É algo curioso, aliás, tudo neste mundo é curioso, pelo menos para mim. É-me impossível compreender certas coisas, como tenho dito ulitmamente.

Bem, adiante, como sempre. Vadiar no passado nunca deu resultado, este é muito atribulado, é difícil passar noites ao relento lá.


quinta-feira, 23 de junho de 2011

I cannot pick sides, I'm sorry

Senti um aperto no peito. Bem, talvez um pouco mais abaixo, ao pé do estômago.. ou do fígado, não interessa, um dos dois. Reconheci aqui o bichinho do nervosismo, o curioso é que ele surgiu quando pensei em blog, neste blog em particular. Talvez por não escrever há já algum tempo, talvez por não saber realmente se existe algum tema, algum resto ou pedaço de pensamento que valha a pena escrever sobre. Talvez haja, não decifrei o que é, mas sinto que há algo, qualquer coisa aqui dentro que quer sair. Não sair com barulho, nada disso. Sair subtilmente, sem que ninguém dê por isso, nem mesmo eu.
"Pensamento, estás em apuros agora que sei que existes, daí não sais sem que te esmiúce." Como o posso tirar daqui? Sei que o subconsciente está do seu lado, está sempre ou muitas vezes contra mim, será que consigo que algum elemento da massa cinzenta tome o meu partido?
Tomar partidos é sempre difícil, afinal de contas, até mesmo para elementos da minha imaginação.

Every once in a while, estas coisas de ficar sem imaginação ou mesmo inspiração acontecem. Talvez por falta de algo cativante, talvez por falta de força de vontade, talvez por falta de outra coisa qualquer, não sei e sinceramente não me interessa. O que interessa é que isto me tira um pouco do sério. Penso que as minhas qualidades vão desaparecendo à medida de que são usadas menos vezes e isso assusta-me. Não quero ficar sem o dom da palavra... neste caso, da escrita. Sim, apesar de ser a mesma coisa, não quero utilizar uma expressão relativamente popular para descrever "isto". É realmente algo que me assusta, o facto de, de um momento para o outro, poder perder muito, ou até mesmo tudo.

As divagações dão nisto, perdi-me a meio da minha própria história.

Calma, agora nem mesmo eu me estou a perceber. Se são elementos da minha imaginação, por que razão não os controlo totalmente? Será que, com o passar do tempo, eles se tornaram mais fortes que eu, independentes até? Talvez consiga voltar a domá-los. No fim, é tudo o que nós queremos: controlar, domar, saber tudo. (In)Felizmente, é raro isto acontecer pois ninguém consegue controlar tudo e todos, é algo humanamente difícil de atingir, quem o conseguir terá tudo... bem, tudo não, mas algo bastante perto disso.


Por vezes encalhamos nestas indecisões, como sair daqui? Tomando um partido, mas qual?

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Maybe my sanity is gone, maybe it has never existed

Descobri que é possível falar com pessoas idênticas a nós mesmos. Aliás, eu já sabia isso. Apenas nunca tinha experimentado, saboreado esse tipo de experiência. Pois bem, numa noite relativamente recente, consegui finalmente fazê-lo. Aposto que conseguiriam falar horas a fio, sem qualquer sinal de cansaço da parte de nenhum dos dois. Até consigo apostar mais, aposto que teríam resposta para qualquer frase, proveniente quer da boca de um, quer da boca de outro. Reparei na tamanha cumplicidade entre estes dois indivíduos. Sempre que escrevo, tento ser demasiado vago, ou então demasiado específico, o que não leva quem lê a lado nenhum a não ser ao pensamento comum de "ele é louco". Não me importo, não me importo de ter fama de louco se souber que a minha sanidade mental está intacta. Quer dizer, talvez isso seja uma prova de que sou louco, não admito a loucura por assim dizer. Mas não, não estou louco. Distingo bem o certo do errado, julgo eu. Sei bem o que dizer, na maior parte das vezes. Sei o que fazer, mais uma vez, na maior parte das vezes. Só há uma coisa da qual ainda não estou completamente certo: do significado da palavra sempre. Interrogo-me desde cedo sobre o valor, sobre a força e a validade dessa palavra. Talvez seja possível discutir isto com a pessoa que, a meu ver, melhor me entende. Ou talvez tente conversar com o meu subconsciente sobre isto, se algum dia o conseguir apanhar, é claro.



Este texto não está a sair como planeado inicialmente, para variar. Mas não sei como o acabar, sinto que algo está em falta...

Já sei, acabei de pensar nisso.



Talvez tenha de voltar a sonhar, talvez assim consiga apanhar o meu subconsciente e falar com ele, de modo a que ele mesmo me esclareça todas as minhas dúvidas e incertezas.

Mas agora surge-me algo que não compreendo, mais uma vez. Ele faz, ou não, parte de mim?



Agora que revi o meu texto com alguma atenção, reparo que mudei de pessoa logo ao início, será que o fiz com um propósito específico? (22-6-11)

terça-feira, 7 de junho de 2011

I have a dream... and no, it's not New York

Quando me dei conta de que muita gente me ia desaparecer da frente fiquei de rastos, é verdade, não sabia o que havia de fazer. Pensei muito no assunto, escrevi sobre afastamentos e sobre coisas parecidas. A verdade é que esse pensamento mudou, drasticamente aliás. Quer dizer, o pensamento foi mudando ao longo do tempo... até que, e muito sinceramente, desapareceu. Sim, é verdade, mudei de ideias muito rapidamente, não tão rápido como gostaria, mas ainda assim, rápido. Todos aprendemos a não nos importarmos muito, mas será que isso é bom ou mau? Por um lado, será bom, não nos chateamos com problemas dos outros e mesmo com alguns dos nossos. Por outro, será bastante mau... nem sei ao certo o porquê de ser mau, talvez por não estar atento ao que me têm dito sobre este assunto. Bem, acabei de encalhar, a mente não funciona mais.
Acabo de ter umas pequenas luzes, não sei se darei continuidade ao texto acima, não sei se o que sair daqui vai ser completamente ao contrário do tema inicial.
Não tenho propriamente sonhado com isto. Sinceramente, nem tenho ligado ao assunto. E ainda mais, nem tenho sonhado. Ou pelo menos não me lembro de sonhar. Será isso habitual, ou apenas mais uma obra estranha do subconsciente, esse rapaz que tanto gosta de brincar? Tento, logo que acordo, lembrar-me de algo vivido durante a noite. Nada, apenas um grande nada está lá escrito, gravado, estampado. Vou pensando nesse assunto ao longo do dia e, mais uma vez, de nada me lembro.
A verdade é que isto me intriga. Acho estranho, acho que tenho de investigar, acho que tenho de saber o que se passa, se é que é algo deste mundo ahah. Posso começar por pôr em cima da mesa algumas hipóteses... A minha imaginação pode estar infértil, a minha cabeça pode andar com outras preocupações (escrevi produções à primeira ahahah), simplesmente posso ter algo dentro da mente que me impede de sonhar. Não sei, é confuso, eu sou confuso, a minha cabeça é confusa. E aí está, o tema inicial despoletou outro tema, embora em dias diferentes.








Talvez precise de um momento, de um céu, de um prado como este para voltar a sonhar, ou então tentarei sonhar com tudo isto.

domingo, 5 de junho de 2011

may the force be with you, young Jedi

Os temas têm surgido espontaneamente, sem que tenha de pensar muito neles. Posso dizer que até tenho tido sorte. Um dia não pode ser visto como uma semana, como um mês, como muito tempo. Na verdade, não podemos tomar nenhuma emoção como constante, quer seja felicidade ou tristeza, ou até mesmo excitação. Tudo tem um fim, é a verdade mais absoluta de todas. E outra verdade bastante absoluta é que escrever tem-se tornado um pouco difícil, com o passar do tempo. A inspiração vai e vem, como quer e quando quer. Penso que tem mesmo vontade própria, quer dizer, pelo menos nunca me pediu permissão para fazer seja o que for. Será que esta inspiração não é minha? Nunca a paguei, nunca ma ofereceram, acredito vivamente que esta tenha nascido comigo. Mas outras coisas nasceram comigo, como o meu cérebro e o meu coração. Esses nunca me abandonaram. Talvez eu não tenha notado, pois não preciso tanto deles como da inspiração. Ou então a inspiração também nunca me tenha abandonado, apenas devo estar com um défice de atenção superior ao dos outros dias. Aliás, normalmente, tenho um défice de atenção bastante alto, mas este está concentrado em actividades pouco importantes, logo, não me causa qualquer transtorno. Mas agora que olho com olhos de ver para isso, reparo que esta condição mental se está a espalhar para outras actividades, um pouco mais importantes. It's kind of a bummer, não entendo muito do que se tem passado, já entrei em modo "pré-férias", não tomo real atenção a quase nada. Sinceramente, todo o ano devia ser verão, todo o ano devia ser férias. Quero despreocupação, quero sol, quero praia, QUERO FÉRIAS!

terça-feira, 31 de maio de 2011

Read the bible? Yes, in hell, I'll read it

Venho escrever um pouco desamparado, como já tem sido hábito. Sinto inspiração dentro de mim, é verdade que sinto, mas simplesmente não a tenho conseguido aplicar devidamente. Honestamente, tenho utilizado toda esta inspiração para o "mal", por assim dizer. Não é mal de operações terroristas nem qualquer coisa que se pareça a isso, mas nada de coisas boas, como escrever. Escrever tem-se tornado um vício, como tantos outros que existem na nossa vida. Podemos dar uma definição concreta a essa palavra? «vício»? O que és tu? A meu ver, és uma coisa à qual as pessoas se apegam de tal forma que nunca mais ou dificilmente a conseguirão largar. É algo um pouco abstracto, embora tenha facilmente encontrado uma definição. Ao longo das semanas, utilizamos a palavra 'vício' muitas vezes em vão. Faz-me lembrar de um dos mandamentos, aquele que diz "Não usarás o nome de Deus em vão", não é assim? Não se pode ligar à minha tremenda ignorância no que toca a coisas bíblicas, corrijam-me então se estiver errado. Mas continuando, utilizamos a palavra vício em vão, mas como? Passo a explicar. Utilizamo-la como que um olá, ou até mesmo mais vezes que isso, pois temos grande tendência a exagerar nos tempos que correm. Mas será que tudo o que repetimos se torna um vício, após algum tempo? Ou apenas se torna uma rotina? Será que as rotinas são vícios? Será que os vícios são rotinados? Voltei a perder-me no meio destas perguntas, não o evito, mesmo que tente. A verdadeira questão é a dos nossos exageros do quotidiano. Será que seremos diferentes se quebrarmos a rotina, uma vez que seja? Não sei, talvez isso aconteça mesmo. Talvez fiquemos diferentes por não fazermos um dos nossos "rituais habituais", talvez sintamos falta de alguma coisa, talvez sintamos que algo ficou por fazer, enfim, tantos talvez. E, no fim de contas, o meu texto apenas se resume a um ENORME "talvez", a um ENORME "não sei". Mas continuo a escrever e a procurar respostas para esta infinidade de perguntas, e uma coisa garanto: desistir, nunca.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Let's confuse some more. Or should we simplify, just like the old days?

Tenho tentado escrever, têm-me dado vontades súbitas de o fazer, mas depois chego aqui e nada sai como estava a idealizar. Ando com falta de inspiração, com falta de alguns apoios, com falta de muita coisa. Mas eu não cesso, não me detêm de uma ou outra forma, a vida afinal não pode ser esquecer tudo. Exacto, nada conseguimos esquecer. Então, porque será que não nos lembramos dos nossos tempos de infância? Porque será que as nossas memórias estão fragmentadas? Por que razão temos diferentes tipos de zonas de armazenamento da nossa memória? Será que o cérebro selecciona algumas, automaticamente, para esquecer ou lembrar mais tarde e outras para termos connosco na memória? Estive a ver umas fotografias, apenas fotografias. Mas reparei que o que mais sobressaía era um sorriso de orelha a orelha. Sim, eram fotografias antigas, antigas ou apenas de um passado mais recente, mas passado, como é óbvio. Mas quererá isto dizer que, à medida que vamos crescendo, ultrapassando fases, vamos perdendo felicidade? Ou terá aquilo apenas sido momentâneo? Será que aquele sorriso durava dias inteiros? Será que aquele sorriso era efectivamente sentido ? Ou apenas mais um dos tantos forçados, para o "passarinho!"? Não consigo compreender as nossas ligações perdidas com o passado. Ou talvez ligações um pouco perturbadas. Não consigo entender muitas das acções que temos nos dias de hoje, nesta idade complicada. Não compreendo muitas coisas que me são ditas, que são ditas por mim, que oiço dizer por aí. É um grande mar de confusão, conspirações e outras coisas. Confusão é vida e a vida é uma grande confusão.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Well, show me the manual then.

Juro que soubesse escrever poesia, o faria agora mesmo. Tenho vários fragmentos de ideias, talvez pudesse tentar escrever um poema, eventualmente é claro. Mas nada é claro nos dias que correm. Tudo é visto com nevoeiro, tudo está turvo, tudo está... enfim, pouco visível. Já tentei comprar desembaciadores, já usei panos, já usei vidros anti-reflexo, já usei de tudo, mas nada parece limpar esta janela à qual chamamos vida. Sim, porque ela é mesmo feita destas coisas, tanto vidros embaciados como vidros partidos, até mesmo falta de janela para olhar. Não sei, é mesmo natural isto acontecer. Mas e se não acontecesse? Como seria se nada tivessemos na vida a não ser facilidades e janelas abertas? Isso não seria vida, isso seria um jogo de vídeo qualquer, onde basta ir ver o vídeo no Youtube para sabermos ultrapassar uma possível dificuldade que nos apareça. Não compreendo, a vida tem ou não um Manual? Mas com Manual refiro-me a sugestões de desenvencelhamento de certas situações, e não respostas, soluções. E pronto, acabei de ter um bloqueio, posso divagar um pouco, mas penso que não sairei muito destes assuntos.. Tudo está confuso, não vale muito a pena pensar em assuntos concretos. Há algo que não me sai da cabeça, mas aí é que está o problema, não me vem para a frente dos olhos, logo, não consigo identificar o que é. Parece que o outro texto que fiz agora me deu ainda maior vontade de escrever. Aqui estavas tu em repouso, pensando que nunca mais te iria pegar, mas enganaste-te amigo. Eu estou aqui, estou a escrever-te em cima, sem querendo muito saber do que foi escrito por mim anteriormente. Mas fui vendo algumas palavras-chave, à medida que trocava de janelas no computador. Lembrei-me então de escrever sobre o manual da vida, outra vez, sim. Não me importo de ser repetitivo, o que me interessa é que faço o que quero, o que me apetece. O manual da vida é algo ainda muito confuso, não sei o que é. Sinceramente, nem sei se o manual da vida existe realmente, mas admito vivamente que este me faz muita falta, de vez em quando.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

It's raining me

Bem, sinceramente não sei no que isto vai dar, estou a escrever talvez um pouco forçado. Forçado por mim mesmo, mas não interessa, é forçado. Devido ao temporal a que assisti hoje, decidi escrever sobre chuva, buracos, poças, enfim, toda a devastação que tem que ver com este fenómeno da chuva.
A nossa vida é exactamente como um dia, como um mês, ou mesmo como um ano. Há alturas em que estamos solarengos, com muito calor, com um bronze espectacular, estamos despreocupados... Há outras alturas em que nos sentimos em baixo, chuvosos... Há ainda outros tempos em que estamos de trovoada, não queremos falar com ninguém, simplesmente queremos que nos deixem passar, ouvindo-nos, tendo também algum medo de nós. Mas não é isso que interessa, o que realmente importa são os buracos que vamos fazendo com estes estados meteorológicos, sim, há-de haver sempre alguns estragos, talvez umas tampas de esgoto levantadas, talvez apenas um buraquinho no alcatrão, mas o que interessa é que algumas coisas vão mudando à medida que passamos. Alguns objectos (e com objectos aqui refiro-me a pessoas, obviamente), são arrastados connosco, talvez nunca parem, talvez apenas parem quando a chuva passar, talvez fiquem connosco apenas nas nossas vagas de calor, talvez nos acompanhem em todos os nossos climas, participando em todos os estragos que vamos provocando. Não sei, não sei mesmo. É algo que vou tentar descobrir à medida que avançar na vida, será que alguém é efectivamente para sempre? Não faço ideia. De momento, creio mesmo que não. O sempre é, afinal de contas, algo um tanto curioso. Ninguém sabe ao certo o significado dessa palavra, eu apenas sei que é uma duração longa, talvez até uma duração ilimitada, ou pelo menos desconhecida... Afinal acabei por escrever sobre estados meteorológicos e pessoas, contradizendo o que escrevi inicialmente...
Retomando.. É algo difícil de prever, apenas tento acreditar que a tempestade irá passar e que tudo irá ficar como antes: dias de sol, calor e despreocupação.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Reality, entertainment

Ontem tentei escrever, e escrevi. Cheguei mesmo a publicar um texto. Não gostei muito do texto, então apaguei esse texto. Apesar de várias ideias que tive, nenhuma concretizei. Talvez por falta de imaginação, talvez por falta de atenção, talvez por falta de paciência, não sei, mas foi por falta de algo, de certeza. Ando com certas dificuldades em escrever, já é raro um texto me sair tão fluído e com qualidade como antes. Não sei o que se passa, não sei o que fiz, não sei sequer se algo se passa, apenas não sei, o que sei é que os textos já não vêm como antes, falo mais de quantidade, até. Mas enfim, passo então a outro tema. Falo de imaginação hoje. Sim, a minha imaginação é a única que está sempre comigo, apesar de por vezes eu pensar que ela me abandona à mercê de outras qualidades estranhas do interior do meu cérebro. Sim, quando estou com a imaginação no ponto não há ninguém que me agarre, não há quem me pare, simplesmente, sou livre de fazer o que quiser, ninguém me diz se posso, não me tenho de justificar a ninguém. É nestas alturas em que penso que o mundo é perfeito, penso que o mundo é meu e eu mando em tudo. Mas tudo acaba numa questão de segundos, começo a pensar, começa a intervir a consciência, como que instantaneamente. E aí, tudo o que estava a imaginar vai por água a abaixo, ou neste caso, cérebro abaixo. O mundo não é perfeito, nem o mundo nem ninguém, o mundo não pode ser meu, tenho de justificar-me a muita gente. Na verdade, não quero saber muito disto. A minha imaginação comanda-me, basicamente. Por isso há alguns erros cometidos, essencialmente quando julgo que ninguém tem mão sobre mim, talvez pense que sou o Super-Homem, talvez pense que sou um super-herói completamente novo, se a imaginação o permitir. Não sei, apenas sei que quando imagino sou livre e de nada quero saber. E agora é melhor regressar à realidade, a minha mente perturbada não me permite escrever mais... mais sobre isto, quero eu dizer. Então volto à realidade, apenas posso dizer que mal não há em fazê-lo, mas bem também não haverá de certeza.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Dry Cleaning

Bem, hoje parece-me um bom dia para escrever por aqui. Sim, é um pouco cedo, eu sei, mas não há problema. Sinceramente, não sei por que ponta pegar, há tanta coisa a passar-se... Esta semana teve tapetes sujos, tanto metaforicamente como literalmente. Não sei ao certo o significado metafórico desta expressão que acabo de utilizar, apenas sei que sugere uma bela de uma trapalhada. Tento expressar-me sem dar muito nas vistas. Tento expressar-me para poucas pessoas, sim, apenas me expresso para pessoas que sei que me vão compreender, ou que pelo menos tentarão. Talvez possa ser acusado de ser cobarde... Não tenho dito muito do que se passa cara a cara. Apenas tenho utilizado estes modos de comunicação à distância... Não sei se cobarde é o mais correcto, pois o que eu quero fazer é desabafar pessoalmente, mas apenas não consigo dado que aparece sempre alguém a intrometer-se em conversas destas. Penso que apenas estou a zelar para que não se saibam segredos meus, sim, até porque todos os temos. Apesar de tudo, tento manter uma postura correcta, calo-me quando é necessário, e até quando não é, mas isso não interessa. Há sempre a necessidade de fazer algo na altura certa, de dizer algo no momento certo, de chegar na "hora H", ou seja, é a necessidade de se ser perfeito no que se faz, embora todos saibamos que isso é impossível. Sim, perfeição é mais uma palavra que não consigo entender, não consigo atribuir-lhe um significado que me seja credível. Talvez não acredite que a perfeição exista, sim, julgo que é isso mesmo. Tento chegar para tudo. Tento fazer tudo. Mas não sou o Super-Homem, aliás, muitas das coisas a que me proponho não as cumpro. Apenas não desiludo ninguém com promessas falsas, só me desiludo a mim com coisas que tento fazer e não consigo. Sempre me ensinaram a não desistir, a persistir o máximo que conseguir.. e quando deixo de o conseguir fazer? Quando apenas penso em desistir e nada mais? O que faço aí? Persisto na ideia de sair desse sítio de desistência? Sim e depois? Arranjo novos objectivos? E se os falhar de novo? Ficarei preso. Isto são voltas de 36oº, podem demorar a dar-se, mas a verdade é que acontecem constantemente. Pelos visto agarrei no tapete com as duas mãos e sacudi-o bem, será que demora a estar limpo?

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Seems like a War Field in here

Bem, que caos isto. Vejo a cama toda desfeita, lençóis praticamente fora dela, a colcha nem se fala.. vejo camisolas penduradas na janela, vejo uma peúga perdida no meio do chão, os pares de ténis estão todos desarrumados, esta secretária... ui, está simplesmente impossível. Talvez isto tudo seja fruto da minha distracção natural, da minha atitude desmazelada dos últimos tempos, talvez tenha que arrumar com tudo isto de vez e, quem sabe, começar uma nova fase. Pensando bem, não acabo com nada. Talvez seja um pouco bipolar, logo, tenho algumas mudanças de humor, e daí? Quem me pode censurar? Ninguém! Exacto, quem, nesta sociedade complicada em que vivemos, me consegue censurar? No fim de contas ninguém pode censurar ninguém, afinal de contas somos todos um pouco iguais, com alguns problemas a mais ou a menos, mas no fundo queixar-nos-emos do mesmo. Não, não direi do que é, assim perderia a piada. Mas o que digo aqui são algo como frases soltas, que chegam a não fazer muito sentido. Quer dizer, na minha mente atribulada têm o seu sentido, sentido forte até. Mas não sei se compreenderão tudo isto, vindo de fora. Talvez consigam apanhar um ou outro sentido, mas no fim, tudo isso não passará de um conjunto de palavras soltas que, sem estarem ligadas por outros sentidos e outras palavas, não fazem sentido algum. Hmm, mas há outras coisas na vida que não fazem sentido, sem serem mesmo os meus pensamentos estranhos. Há acções que não compreendemos, conversas às quais apenas respondemos sim que não compreendemos de forma alguma, enfim, há inúmeras coisas que não entendemos. Apesar de todas estas faltas de compreensão.. há uma coisa que gostaria realmente de entender: a felicidade. Sim, por vezes julgo compreendê-la mas, talvez apenas por um pormenor idiota e insignificante, deixo de a entender. Fico desamparado sem ela, procuro-a à minha volta mas sem grandes esperanças de a encontrar pois, bem no fundo, sei que a felicidade está dentro de mim, apenas tenho que me concentrar e encontrá-la no caos que é a minha mente. Talvez esteja por baixo de uns papeis, por baixo de uma peúga ou até atrás da camisola pendurada, não sei, apenas a procuro e sei que, pelo menos um dia, irei encontrá-la e não a perder mais.