domingo, 29 de dezembro de 2013

ouvi gritar na rua

Fanatismos barulhentos
Onde se tomam abrigos
Por refúgios que se alongam
Nas horas, nos dias,
Em coisas de exclusiva criação humana..
(Alguém berra na rua.)
Muitos passam por milhentos,
Parafraseando pressupostos amigos,
Que seriam, pelo ladrar de um cão,
Substituídos. Que farias?
Que farias sozinho numa cabana?
(Já ninguém berra na rua.)
O refúgio será uma coisa tua:
A sanidade -
Ou a falta dela.
Não conhecendo nada mais,
Senão quatro paredes que não abrigam.
(Quem te dera que berrassem na rua.)
Mas ninguém grita. Não, na rua não berram.
Porque, na verdade -
Lucidez? E que é feito dela? -
Te isolaste dos demais
Porque não te diziam pão
(O que é berrar na rua?)
Nem to davam,
Se assim o pedisses.
Não passam de infelizes,
Mas tu também não.

sábado, 28 de dezembro de 2013

o descampado do sonho mal dormido

Olhei para cima,
Reparei que as nuvens se sobrepunham,
Sorri,
Pois vi nelas semelhanças:
Quer nas formas,
Quer nas cores.
A cor do céu com elas rima,
Não esperando nada senão emoção
De quem nada pode fazer por si.
Poços de esperanças,
Que raramente calcam as bordas,
Retidos por todos os dissabores
Trazidos por um vento
Que teima em aparecer indesejavelamente.
Uma brisa que destrói criações
E leva daqui corações...
Esses que só se aguentam no Verão.
Tudo o que é meu eu invento
E o que não é eu encontro na mente,
Como demente que sou, foliões.
Não preciso de pesares nem perdões,
O meu amor não é de meia estação.

domingo, 22 de dezembro de 2013

os tiros no escuro

Olhos negros,
De um brilho inebriante -
Ironias que me flanqueiam
Tanto na mente como no real.
Perco-me por aí...
Inúmeros degredos,
Como o grilo falante,
Em ruelas por onde pensamentos passeiam,
Com um andar anormal.
"Era apenas prédio, de onde saí..."
As ruelas passaram a ruas,
Os pensamentos a memórias
E os erros a escórias.
Personalidades cruas,
Que desintegram o ser,
Não sendo nem uma nem duas -
Pois que não vejo histórias
Ou mnemónicas preparatórias
Que me mostrem particularidades tuas.
Algo único e próprio,
- Meu -
Sarcástica e biblicamente óptimo.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

predilecção pelo desgrenhado

Falso sentido de oportunidade.
Jorram brechas
Não sozinhas, porém,
Com elas os desperdícios.
O meu feitio persuade
Mas nele tropeças.
Sei que fico aquém - ou além -
Dos precipícios
Que mostravam quão cúmplices
Eram os olhares que se trocavam.
Não serei perdoado:
Nem demonstrações de simpatia
Que desvanecem em ápices
De clamorosa hipocrisia.
Confrontei este tabu
Como se fosse um cego
Com peito de ferro
E mente incontornável.
Escrevo para que tu,
De mãos dadas com o teu ego,
Sintas o pulsar deste berro
Que te empurra do estável
Para onde não sentes, não és nada.
Lamento a lufada e todo o som
Que te fez fazer à estrada,
Sem conhecer algo de bom.

falha no discurso contemplativo

Considerando perfeição
Em termos supérfluos,
Atingiste-a de forma soberba.
Com a razão disponível te digo
Que não minto.
E peço que outros usem a mesma razão
Para me suportarem, fulos.
Chateação, e que eu beba
O suficiente para te ver como amigo,
Pois o meu intelectual está faminto,
Sedento de tua beleza,
De que nem teu interior priva.
Surpreso te olho,
Sabendo que a realidade encaro,
Mas, sem dar um passo,
Perco-me no que julgo ser teu olhar.
Ahh, realeza!
Como gostaria eu de dispor
De tudo ao molho. -
"Não precisas de nada que seja caro"
Acaricio-te a face,
Tento não me espalhar.

domingo, 8 de dezembro de 2013

um domingo banal

Melhor que escrever é escrever com um propósito. Pois que se pudesse dizer que o faço, como algo que facilmente me despertasse prazer, di-lo-ia. Assim como não posso, limito-me à insignificante presença que o meu limitado pesar ocupa aqui e ali, passando despercebido tanto quanto uma figura escura mo permite.
Perpetuo o que é fácil perpetuar - marcas, falhas e farpas por onde estou a passar - mas nada que valha a pena nomear, como toda a gente (ou quase, se encontrar alguma réstia de optimismo). Não creio que haja lembrança possível de todas as banalidades que produzo, seja o riso em alguém ou a fúria noutro, pois emoções como essas - fortes ou nem tanto - são o pão nosso de cada dia para todas as pessoas, todos os dias. Com tudo isto quero chegar ao meu ponto de vista, aquele tão retorcido gnomo de que ninguém ouve falar ao tempo,
Tantas divagações haviam de levar-me para longe do que queria dizer, como de costume, julgo, porém, que aprendi a desembelezar o que fazia, de modo a ser conciso e mais interessante, em vez de disperso e pseudo-intelectual.
Eis que a lado nenhum queria chegar, já que por muito que diga e por muito que faça, irei sempre retomar a uma posição sedentária a olhar uma luz cada vez menos clara e cada vez menos cativante, como tudo o que rodeia os meus movimentos lentos, ledos e inseguros.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

vizinhos II

Dias que te dão,
Dias que despendeste;
Dias que querias,
Dias...
O frio, que vão,
E um desapego como este
Que remete para euforias -
Que falhas no chão que palmilhas
Por andares sem fazer questão
De olhar para o que perdeste
Por teres ousado,
Por teres parado:
A culpa é de quem se sente culpado.
Discordâncias num raciocínio
Que por terra cai
Sem fazer sentido.
Entrámos no declínio,
Como se nos perdêssemos da mão do nosso pai;
Compra um casaco forrado
E foge para todo o lado,
Pois todo o lado é nenhum
E é disso que precisamos,
Não de conforto algum..

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

o cartório universal

Sentimento de culpa
Que imprimes noutro,
Por outro ser culpado
Com condições arbitrárias.
Não desejo mal...
Mas não peço desculpa.
Tanto e pouco neutro
O que resulta de acções contrárias
Ao considerado normal.
Falhei-te outra vez -
E juro que tentei não o fazer -
Porém, algos se juntaram contra mim
E nós?
Como favor não me fez
Esse Universo de perder.
Torno-me uma divagação assim,
A sós.
Pois que continuo a querer,
A fazer o frenesim:
E nós?

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

confortável acaso

Tropeço enquanto caminho,
Ignoro mas repito o passo.
Forço um olhar para o chão -
Quão distraído estava,
Idiota de olhos vendados!
Esqueço ou lembro o conforto, definho
Para algo baço,
Para algo... não.
Não sei de que falava
Para nos pintar tão descarrilados,
Desorganização em rasgado pedacinho.
Por pouco não me desfaço,
Desfasado do que me dão:
Conselhos e sermões à brava...
Primordialmente por ignorantes indignados.
Porventura te tenha por acaso -
E assim te encontrei -
Porém, por isto não farei caso,
Quente no peito tal o rei.

domingo, 24 de novembro de 2013

esconderijo nas nuvens

Cerrado e frio,
Oportuno - talvez.
Nevoeiro que és,
Ingénuo que fui.
Grito ao que me despiu
De todo o charme que não vês.
Mal sinto os pés
De ir contra teu conluio.
"Sobe e dissipa!" -
Clamo para cima,
Esperançoso que algo me ouça
E retire de mim este ar saturado.
O coração é minha tripa,
Pois, com o que se avizinha,
Deduzo que pouca falta faça
Este órgão amaldiçoado.
Maldições de bondade
(Na condição de ignorância)
Tornam estúpido todo um ser
Que nem queria estar acordado.
Ah, tamanha é a saudade
Da neblina que envolvia
Este desfalecer envergonhado.

obreiros mentais

Tanta desorganização
Num mundo,
Num símbolo de degredo.
Sentimentos que rugem
No ferro-velho, a predilecção
Pelo desapego profundo
Que encontro no segredo.
Meu sangue é ferrugem.
Distraio-me num segundo,
Perco a grua
Que controlava
O meu pensamento perdido.
Daqui não sou oriundo -
"Crês nesta falcatrua?"
- Com o frio oxidava,
Sou só um arame partido.

domingo, 17 de novembro de 2013

escalada da falácia informal

Erros costumes 
Delineiam um caminho -
Porco todo ele - 
Que teima comigo em não acabar. 
Esforços nos cumes
De montanhas onde definho 
E invento o flagelo 
Dos que desprezam o seu andar. 
Mesmo que fumes, 
Arranja fôlego, pouquinho, 
Para que te sumas sem vê-lo, 
Ao que do cansaço te não deixa pensar. 
Falseio rumos 
Para que te percas sem asas no ninho - 
E que assim não possas voar dele - 
Pois perderias o teu bom ar. 
Ou a falta dele, no que eram póstumos
De ledo franzino
Que, ao lhe chegar, congelou o cabelo,
Perdendo-se na queda, a arfar.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

vizinhos I

Éramos estranhos
Que esperaram de mais.
Inócuo o pensamento
E a constatação do óbvio.
Oh, quão desnecessário sou?
Enganámos rebanhos
De homens disfarçados de pardais.
Por muito pouco não rebento
Ao ver pleonasmos em tanto ódio.
Comigo ninguém falou
De tabus ou sagrados banhos
E, se falou, inconsciente estava a ouvi-lo.

- Pouco necessário e indiferente
Pois o meu riso por aí não ressoou.
Nem o meu riso nem o que vingo,
Pregando ao que não sou.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

batalha do anti-herói

Nada mais que um anti-herói
Que divaga no tempo
Por tempo ter a mais. 
Perdeu-se onde procurava,
Ironias que ridicularizam
O que não te destrói
Mas perto se vai mantendo. 
Perguntas-te por onde vais,
Continuando por essa estrada
Que pensamentos delineiam, e não, não...
Para onde vai o que te corrói? 
Chuva, esse tormento
Que molha os demais
E a ti, pouco considerava
Que fosses o que os outros usam
Para evitar o que não mata mas mói. 
Estilhaças por dentro,
Mas por fora não cais.
Não entendo o que de ti esperava
Por seres o inimigo
De um anti-herói. 
Quem salvas tu?

domingo, 3 de novembro de 2013

o desconforto (re)partido

Vejo, agora, o que eras;
O que não vi.
E custou-me o mundo...
A miopia tem muito que se lhe diga.
Já me deixei cair às feras
Pois, sem ti,
Fui de encontro ao desapreço imundo
Por mim, por tudo - e olha que fadiga -,
Pelo pulsar. Sinto que te esperas,
Enquanto recordo o que perdi
E olho para o fundo
De um poço, ou de uma formiga,
Que importa, se por mim não esperas?
Sem dúvida, caí.
E, no escuro profundo,
Não te vi eu, rapariga.
Desculpa as guerras,
O desapego aqui e ali,
E aquele choro em que abundo
Por te ter deixado sem vida,
Ainda que por momentos.

sábado, 26 de outubro de 2013

o preto e branco deste lado do espelho

Colorir em tom negativo.
Cinzento torna o tudo.
Pensamento difuso
Fora de escala.
Olha para ele, o esquivo,
Que se deixa definir como "mudo",
Partindo de um olhar confuso
Que grita, grita, mas não fala.
Sou homem pouco receptivo
E meu cérebro é carrancudo.
Perdoa-me a falta de parafuso
Nesta que se arregala
Como idóneo, perdido e apreensivo.
Oh, coisas que definem o meu estudo.
Estudo será ingrato e difuso
Pois assim me defin(h)o, sem alma.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

o incêndio no oceanário

Madrugo ensonado
E deambulo para fora da cama
Sem vontade para o mundo,
Ou força...
Esta chuva deixo, tão vago
Quanto ela que me chama.
Pensamento profundo
- Que alguém o ouça.
Presto-me ao danado
E garanto má fama
D'onde era oriundo.
"Ou força"
Para algo que me aligeire o fardo.
Pois quem ama sempre bate no fundo.
Recomponho-me a nado
E na água sou chama
Que não apaga, mas confunde.
Espero que por mim torça,
Eu, um mal-amado
Que desistiu da queima,
Que se olha como defunto
Oh, força...

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

beijo a flor; beija-flor; beijo-a, flor

Quem sou eu?
Quem somos nós?
Existo sequer?
E nós? Existimos?
Aquele mais que irónico "doeu?"
Depois de queda até à foz.
E tu, mulher,
Com teus dotes femininos,
Arrasas qualquer desejo meu
Com facilidade atroz.
Salvo um malmequer
E calamo-nos como mimos
Cuja telepatia desapareceu.
Oh, quem somos nós?
Não que houvesse bem-me-quer
Na felicidade de fugirmos,
Num porém residíamos - e se deu.
De meus dedos se esmorecem os nós,
Desaparecem como queda de talher.
Debaixo da mesa, os crimes
Que já lá vão.
Oh, quem sou eu?

sábado, 19 de outubro de 2013

ahh, se a astúcia te fosse virtude

Simples formas
Moldam-te as feições.
Brilho inegável
Do que havia pelo passado.
Resume-se tudo a um "mas";
Continuas a marchar para os canhões,
Qual português afável
De coração destroçado.
O teu corpo adornas,
Mesmo com feijões...
"Que faz ele?!" -
Ouve-se a voz de um amor arrancado.
Deitas as lágrimas às furnas,
Perdes-te em trambolhões
Entre o que era racionável
E o que devias ter pensado.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

à conversa com

- Antecipei-me, amigo.
- Em boa hora chegas, que me sinto aborrecido.
- Que te atrasa o pensamento?
- A vida.. teimo entorpecer-me bebendo.
- Sentes-te melhor ao beber?
- Alivia-me, creio. E assim me junto à sociedade, ao degredo.
- Ahhh, havias tu de fazer parte de algo. Somos renegados, párias.
- E daí porque havemos de não aspirar a um disfarce?
- Conseguindo uma integração, mais rápido uma metade de nós quer matar-se.
- Levas-me ao suicídio?
- Não te levo a nenhum lado. Mesmo assim... para lá caminhas, copo a copo.
- Falseias-me assim o pensamento, raposa?
- Não não, a tua mente é que pouco repousa.
- O descanso nem me é forte nem tampouco fraco. É-me nada.
- Deterioras-te dentro de um bar escuro, que tal fazeres-te à estrada?
- Por'í fora pouco há que me encante.
- Hm, decerto encontrarás alguém relevante.
- Para interessante tenho batalhas forjadas na minha cabeça.
- Porquê cingires-te à mente, esse mar de álcool... nada que te favoreça.
- A questão será "porque não?"
- Agora me apanhas em falso a mim...

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

fugas do in/eterno

"Que sonhas tu de dia?"
"De mais, que não sonho de noite"
Responder directamente
Nunca será o meu forte
Pois, numa pitada de mistério,
Reside o que antes me aprazia.
Acordado e a dormir, julguei-te
E encarcerei-te na minha mente.
Que fiques até minha morte,
Num casamento mais ou menos sério.
Não. Não. Esquece isto e a maresia,
O nosso oitenta passou a oito
E tudo está diferente.
Dêmos uso ao passaporte
E asas ao adultério.

domingo, 13 de outubro de 2013

o (a)pesar da madrugada

- Que se passa? -
Pergunto-te, ensonado.
Respondes-me com um "nada",
Divagas um pouco e sais.
Eis que me levanto, e que a cama se faça,
Pois carrego em mim um coração danado.
Onde foste nesta madrugada
Que verdade tinha a mais?
Mente a minha que o tempo assa
Falha de novo. Oh, o desagrado.
De nossa casa inacabada
Acabas por fugir.. mais uma das demais.
Não quiseste a taça,
Só deixaste um bilhete rasgado:
"Vou, antes que nossa vida inacabada
Vá por onde tu vais"

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

visão futurista de um passado ausente

Mato dores,
Mato apatias
Definho no sofá,
Enquanto penso num amanhã.
Esse, que não há-de vir.
Milhares de flores
Lembram-me de nossos dias
Passados ao "deus-dará"
Com camisolas de lã
Que teimam em nos servir.
Liturgia dos desamores,
Vi que te perdias
Enquanto caminhava para lá.
Tentativa vã
De ajudar-te a decidir
O que querias para futuro, sem cores..
Deste vida a minhas ironias -
"Que perfeito que está"
- Clamavas, incrédula mas sã.
Saudades do que dissemos antes de dormir.

domingo, 6 de outubro de 2013

a paragem de autocarro no buraco negro

Especo-me (im)paciente.
Olho o tempo passar
Enquanto me perco.
Noção alterada
De insatisfação e verdade negada.
Não quero ir em frente,
Mas para ali não quero voltar
Que o agora é mais perto.
Sorte, sua desgraçada,
Que não me possuis nem à pancada.
Sempre me sinto (in)diferente
Perante e com este pesar.
Tudo o que vejo é esterco,
Inutilidade, quase um nada.
Peço-te, não me dês outra vida furada.
Despeço-me, oh gente,
E em vós espero ressoar.
O livro fica aberto -
Uma edição distraída?
Não! Que olhos, enamorada... -
Para quem o quiser terminar.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

acabas, se te pedir?

Insanidade,
Predilecção retorcida.
Faço-te vénia
Por tornares interessante
O que resta deste mundo.
Deixar esta cidade,
Esta vida.
- Sr. Agente, algeme-a
A mim, um bom falante.
Com paradoxos me confundo
E perco a claridade
De minha mente tripartida.
Sinto-me ténia,
Um parasita insignificante,
Mas que te mata pelo fundo.
Assim te levo à inferioridade...
Apaga-me com pesticida,
Que desisti de ter alma gémea.
Faz com que seja cortante
Este meu pensamento profundo.

domingo, 29 de setembro de 2013

a descontinuidade esperançosa

Pudesse eu falhar
Tamanhas oportunidades.
Fosse eu soldado cego
Empunhando a espingarda.
Olho-te do décimo andar
Distraído das adversidades.
De porta em porta prego,
Sim, vou de farda.
Sistema é amar,
Aborrecido pelas cidades.
Eu já não chego -
Sou tudo e não me agrada.
Desconheço o teu falar:
Quem és, no mundo de celebridades?
- "Do zero me ergo
Para te tirar do nada"

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

tropeções num infinito

Vagueio no campo,
Incessantemente.
Engano-me e percorro-te
Iludido.
Pelo vinho me estampo.
Levanto-me indiferente
E olho para um caminho: este.
Não sei, estou perdido.
Vadiagem nesta vida,
Ou na outra, quem sabe.
Não me interessa se é indevida,
Só quero que acabe.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

refulgir de uma escuridão aparente

Dormência em mim
Por não te ter.
Ressoar irónico
Na minha mente.
Faço frenesim
Por não ter o poder,
Aquele supersónico,
Para te encontrar facilmente.
Procuro-te assim,
Procuro o teu ser,
Tivesse eu esse dever canónico.
Deixo-me impotente
Pulsando e a ferver.
Caio, atónito,
Num poço? É-me indiferente.

sábado, 21 de setembro de 2013

amor curvilinear

Provador de riscos,
Galante e sem medo,
Atira-te de cabeça
E faz queda de morteiro.
- Raios e coriscos! -
Exclamas com degredo
Para toda esta indiferença
Que olhas de modo grosseiro.
Servir-te-ia petiscos,
Juras em segredo.
Para ganhar recompensa,
Roubo-te tal arruaceiro.
Mil e um iscos
Para a morte te atraem cedo.
E, antes que pereça,
Ama-me por inteiro.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

o falsear tendencioso de tua alegria

Monotonia andante
Qual cavaleiro.
Regresso à inutilidade
Coada para um recipiente.
Vontade flamejante,
Com ironia de seu paradeiro.
Volta, inocente idade
Que a saudade é frequente.
O que me faltava em ante
Caiu pelo desfiladeiro.
Não o vejo com facilidade,
Morte consequente.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

perspicácia de um desejo involuntário

Nulidade de expressão,
Falácias no pensamento.
Agarra o ananás
Que te leva a vida ao áspero.
São de grande porte
As metáforas idiotas
Numa vida sem razão.
Mal me aguento,
Arrasto-me pelos sofás
Do que desejo ser o Peru.
- Peço-te, Anjo da Morte,
Faz-me passar pelas portas
Para o mundo são (?).
O caminho, um tormento,
Mas não olho para trás.
Escassez do próspero
No que era para ser um forte forte
Que saiu com paredes tão fracas quanto tortas.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

penitências de vida em julgamento

Questões existenciais
Desenvolvidas num vazio.
Vazio, larga-me a mente,
Mas não passes a todo,
Que todo é um medo.
Depressão, uma das clientes habituais
Neste que é nomeado um bar frio.
Promíscuo o frio para quem o sente.
A agasalhos inúteis me acomodo,
Enquanto caio do rochedo. -
"Amor, onde vais?"
Falho o olhar com um desvio
E conduzo em frente,
Esquecendo o engodo.
Efémera a queda do penedo.

domingo, 8 de setembro de 2013

reminiscências da futilidade futura

Necessidade de mudança -
Discordância no racional.
O Espelho da Bruxa Má
Passou a computador.
O intuito é o mesmo:
Massacrar os puros. 
Os meus sapatos de criança
Deixaram uma saudade abismal
Do que foi vivido e ficou lá.
Traz-me estórias, oh contador,
Ou o livro todo, traz-mo.
Pedidos duros
Estes feitos pela confiança.
Atinge o sensacional,
Deixa que o deleito se instale cá.
Pobre pensador,
Um crasso erro no esmo
Fez com que a comida não lhe selasse os furos.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

idealização da ironia de um sonhador

Sonhador de dia:
Ilusões construídas
Sobre placas de alumínio.
Apareces na minha depressão.
Se pudesse, fá-lo-ia,
Isso de conversas fluídas.
Compreendesses tu meu fascínio
Por ti, um anjo de (des)ilusão.
Santíssima drogaria -
Que encontro de prateleiras despidas -,
Cais com meu raciocínio.
Inexistência deste e de acção.
Mais uma noite de folia,
Que dure até as árvores estarem despidas!
De um sorriso faço escrutínio.
Sensações criadas no coração.



epílogo de um verão insólito

Verão, que estás no fim,
Diremos, então, "adeus" ao calor
E um "olá" ao aconchego.
Praia lá? Vale a pena visitar.
A(o)mar, estarás sempre em mim
Menos evidente, que nem amor.
Pulsar (im)perceptível, absoluto sossego -
Que dizes, cabeça no ar?
Doente crónico, sim,
Faz-me um favor:
Se cedo não chego,
Manda-me matar.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

discernimento de aliados

Cego serei,
Para não ver o claro.
Oportunidade que passou,
Falta de faro para tal.
Vejo que errei
E fico sem reparo.
Uvas fermentadas de meu avô,
Apaguem-me a memória fundamental.
Saber que quase fui rei
Apenas aumenta o meu desamparo.
Sem pulso já eu estou,
Talvez um último golpe, que tal?

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

precisaria eu de lâminas

Penso em ti
Em cores que nem existem.
Tranco a porta
E desfaleço.
No chão, cada um sabe de si.
"Iguais a ti há mais de cem" -
Digo, sentindo o meu pulsar na aorta.
Sei que minto, que não tens preço.
Parece mesmo que morri,
Passarei para o além?
Não, essa crença está mais que morta.
Mais apreço,
Seria suficiente para um "eu ri".
O teu sorriso corta,
Com ele, como idiota pereço.

sábado, 17 de agosto de 2013

a carta que nunca irás ler, ou perceber

Digo-te o vago,
O essencial,
Sem dizer-te a verdade.
Falseio palavras e expressões
Para te (?) dar um conforto
Num género de canto quente.
No freio de sentimentos divago,
Para quê, afinal?
Simulo minha idade,
Fujo de todas as razões
Que me tornam um peso morto.
Estás diferente.
Refugio-me do mais pequeno estrago
Numa alternativa do real.
Falta de capacidade
Para encarar as tuas feições.
Sei que sou um homem torto,
E admito que te amo, finalmente.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

potencialmente te ignoro

Fome de nostalgia,
Constância no pensamento.
Deixo-me cair no teu regaço
E daqui juro que não saio.
Dormente? Preferia.
Assim, julgo que não me aguento.
Idealizo mais um passo,
Tropeço e caio.
A pensar, lá se perdeu outro dia.
Mas talvez tenha encontrado fundamento
Para tudo o que faço
Em prol do nosso eterno devaneio.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Dor, ausência, noite

Procuro inspiração
Na tua ausência.
Não estou magoado,
Mas indiferente.
Não tenho imaginação.
Cheio de imprudência,
Atiro-me ao rio congelado
E espero que o gelo rebente.
À noite, um coração
Com dor e displicência.
De dia, um mal-amado
Com um buraco no torso, bem à frente.

sábado, 3 de agosto de 2013

Falcatruas de tua pessoa

Ouvir-te-ia,
Se parasses de respirar.
Relevância irritante
De uma pessoa
Acima de tudo, fria.
O teu pulsar
Cativante -
Será que ressoa?
No fim do mundo, ia
(Possa eu caminhar)
Ao momento determinante
Que não me há-de trazer coisa boa.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Morto o dormente

Sombra da solidão,
Árvore de acalmia.
Uma alma dormente
Dentro de um corpo
Pouco ciente do que faz.
De cabeça à depressão,
Aliado à ironia
Erroneamente indecente
Presente num ideal torto
Do qual já não sou capataz.

terça-feira, 30 de julho de 2013

vago

Intuição a preto e branco.
Contradições a cores.
Miopia no meu mundo.
Do meu peito o coração arranco.
O pulsar dos desamores,
O agoiro profundo,
Entrega-os ao saltimbanco.
Leva-los-á, e a todos os dissabores -
A ti também, seu imundo -,
Não sei para onde, sou franco.
Esquece as dores,
Torna-te um vagabundo.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Lamentações de um perdido

Nem deprimido
Nem contente.
Felicidade de um perdido
Nunca devolvida ao remetente.

Roçar o ridículo -
Sim, sou perito.
Isolar-me num cubículo:
O meu passatempo favorito.

Fantástico a fazer o errado,
Uma lástima a fazer o correcto.
Tê-lo-ia adorado,
Se não me tivesses estragado por completo.
Já nem é indecisão.
Teimoso, que ironia,
Perdes-te nessa
E perpetuas o teu dia-a-dia.

O teu escrever é chato,
Escuro e aborrecido,
É um facto.
Pensas no "devia ter partido" -
Oh, olha um x-acto!

Falta de coragem não será
Esperança nem pouco mais ou menos
Fia-te no "ao Deus dará",
Cínico pensamento.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

a tentativa

perceptível, talvez não.
verdade negada? 
presencialmente. 
idealizações em vão, 
pensas de madrugada.. 
és pouco coerente.

sudden realization

de poeta, não tenho nada.
um cérebro e ideias,
numa mente
contur e perturbada.
escrevo sem nexo,
olho para a frente:
sou só um adolescente.
sim, a todos sou indiferente
até ao meu reflexo

quarta-feira, 10 de julho de 2013

não te intitulo

dá-me serenidade. 
chávena de café. 
quem diria que,
com esta idade, 
já ia precisar de tanto 
para não arredar pé
e não cair a pique

sábado, 13 de abril de 2013

o poema mais falacioso e pestilento

Aperta a mão ao homem em chamas.
Não deves precisar de uma razão para o fazer
Mas, se sim, fá-lo por desistência:
Desiste daquele que te faz perecer.

Toma o homem como sincero,
Pois nada tem a perder
Afinal, o que esperavas de um homem a arder?
E clama "desistir é o que eu quero".

Não consideres o desistir um sinal de fraqueza
Toma-o como uma saída da tua realidade
Que, apesar de esperançosa, já há muito foi perdida.
Portanto, tem um pouco de franqueza.

Larga as promessas, falsas todas elas.
Foca-te no futuro e arranja rumo.
Deixa para trás as pielas
Em última hipótese, recorre ao inequívoco fumo.

Confia no homem que a ele próprio pegou fogo
Decerto sabes que por aí já ele passou.
Sempre que vires o negro fumo,
Saberás que outra pessoa perdeu o seu rumo.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

It's a mad world

Havia eu de, um dia, cruzar-me num mundo. Cruzar-me no sentido de me encontrar mas, ao mesmo tempo, saber perfeitamente que a verdade é que estou perdido. Não que seja um problema, mas reparo que de "um dia" passou a vários "uns dias". Julgo não ser o único. O meu pouco entretenimento nas viagens rotineiras é o avaliar pessoas. Não em termos de roupa, não em termos de beleza ou de ar, mas avaliar as suas expressões e imaginar um background que me possa dar a razão de determinada emoção que transparece nos rostos de milhares de desconhecidos. É algo que me leva o pensamento para fora de mim e, mesmo após horas de ter imaginado ou tentado uma compreensão de certo estado de espírito, essas pessoas, cujas caras facilmente decoro, continuam comigo. É frequente ver pessoas com caras tristes: olhos que transmitem mesmo tristeza, inchados, a boca trémula ou imóvel, muito sossegadas, esperando que ninguém repare nelas. E quando reparam que reparam, tentam esconder o seu óbvio desconforto emocional atrás de um sorriso ou de um leve desvio de olhar...
Talvez o estranho e intrometido seja eu - o que é provável, até - mas chego mesmo a preocupar-me. Fico na eterna dúvida de "será que devia ter dito alguma coisa?", pois um simples sorriso, ou até um mais simplório "olá", pode mudar o dia, a semana de alguém. Não radicalmente, claro, mas um acto que lhes mostre que alguém se importa efectivamente, que não é necessário sentirem-se sozinhos, esconderem o que há por dentro. A verdade é que toda a gente, mesmo que o neguem e que ridicularizem tal hipótese, precisa de alguém que se importe, precisam que o mundo se importe.
E, oportunamente, escolhi a palavra "mundo" de novo, retomando o início do que queria realmente dizer.
Este mundo não é mais do que uma bola, quer na imensidão do Universo, quer nas pequeninas mãos de uma criança. Temos de decidir o portador que queremos ser, se bem que um intermédio entre os dois fosse de considerar. Imaginem, como diria o John Lennon (sim, isto foi só uma referência inútil e sem sentido ao "Imagine", visto que não vai dar a lado nenhum, pois o que aí vem a seguir pouco ou nada tem a ver com este senhor), que podíamos TODOS ver o que se passa na alma (terei utilizado a palavra correcta?) das pessoas, todos os pesares, as perturbações, tudo o que se impõe a um caminho fácil para uma felicidade oca e senseless. Seríamos diferentes? Seríamos melhores pessoas? Importar-nos-íamos com os outros? I assume not, porque a sociedade em que vivemos ensinou-nos a ser egoístas e, como se não bastasse, egocêntricos. A capacidade de "avaliar" e, depois, nos importarmos com alguém é algo que não recai sobre todos. Poderei, da forma como a sociedade me ensinou, chamar-lhe um dom, de modo a superiorizar-me em relação aos outros.
Um "olá" pode mudar o dia de alguém, fá-lo.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

wander/wonder

Sentei-me, estafado, após uma deambulação infinita pelo mundo dos pensamentos. Olhei para a parede, que da minha frente não tinha saído, e constatei que continuava branca. "Que surpresa..", pensei em tom irónico e desagradável. Aí, percebi que não é por imaginar, idealizar ou mesmo desejar algo que a realidade se altera. Infelizmente, também não consigo moldar a realidade ao meu gosto, não é pedaço de barro. Muito menos segura seria, também, se todos a moldassem, quero eu dizer. Acredito, portanto, que a realidade não pode ser moldada, mas sim absorvida e colocada no seu lugar, dentro de cada um.
Depois deste tímido prólogo, passo ao episódio a que, com "deambulação", foi feita referência, com várias e largas supressões.
Julgo que acabara de almoçar, pois ainda sentia o gosto de sal e a doçura que lentamente se convertia num mau sabor deixado por uma bebida doce. Andava, num passo lento e observador, por uma rua simpática. O dia estava cinzento e, ocasionalmente, ventoso, mas não estava frio. Olhei para o chão e ri-me. Vira os meus queridos All Star, completamente chacinados mas com uma pinga de classe que não me permitia largá-los. Olho mais para o lado e vejo as pedras da calçada, incertamente colocadas, e todos os dias pisadas por milhares que as olham com indiferença - senti pena delas.. Não me recordo do que estava a ouvir, mas era algo calmo, roçando o depressivo.
Continuei a andar, rua abaixo. Não percebi o porquê de ainda não ter ido para casa, já estava sem companhia, já tinha almoçado e já tinha esgotado as razões para ter saído de casa, em coisa de 1:30h. Não tive, no momento, este raciocínio, como é claro. E assim, continuei estrada fora, mergulhado no entretenimento que todos os pequenos pormenores dos passeios me proporcionavam. A dada altura, reparei que não descia, mas estava num local plano no qual areia se sobrepunha às pedras dos passeios, o vento havia-se intensificado e estava com um bocadinho de frio. Disse, educadamente, um "adeus" aos calhaus da calçada e desviei o meu olhar para cima: o que me envolvia era já um ambiente de interligação entre uma praia e uma cidade. Felizmente para mim, havia um muro que dava para o areal, apressei-me para lá e sentei-me. Decidi desligar a minha música e guardar os meus haveres na mochila. Pus as mãos nos bolsos do casaco e enterrei o queixo por baixo da gola do mesmo, deixei expostos os meus olhos e o meu nariz, cuja ponta estava a esfriar rapidamente. Respirei fundo e, por momentos, senti a calma que constantemente envolve a maresia a envolver-me também.
Olhei para baixo e, ignorando os meus ténis mal tratados, reparei no quão perto estava do abismo - ou que estava sentado sobre ele, melhor dizendo. Estremeci. "O que estou aqui a fazer?" - pensava eu, um tanto atordoado.
Decidi ir para casa e conversar com a minha parede, aquela branca.



quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

"You Are a Poem"

Vi, a circular por aí, um envelope que tinha nele escrito "You are a poem". Lembrei-me logo de escrever algo sobre isto. Que significado poderei dar a um poema, em primeiro lugar? Bem, posso tentar começar por chamar-lhe uma forma de escrita específica, com ou sem rima, muito bem agrupada nas suas estrofes. Posso caracterizar os poemas pelos sentimentos que tentam transmitir às pessoas, pelos duplos significados retorcidos e até por todos os percalços que vamos encontrando à medida que deciframos uma mensagem um tanto escondida ou, como se costuma dizer, ler o que está nas entrelinhas. Ao fim ao cabo, posso, sem recorrer a conteúdos aprendidos em Língua Portuguesa, caracterizar um poema facilmente. Mas, num caso como este, em que o poema é tido como uma certa qualidade de uma pessoa, torna-se talvez um pouco mais difícil de olhar e, tal como acima está feito, dizer: um poema é isto.
Com as pessoas, é mais complexo, infelizmente. Não consigo manter, nem por míseros e escassos segundos, uma opinião "preto no branco". Porém, considero uma pessoa chamada de poema uma pessoa cheia de mistérios, dificuldades de compreensão, amor e ainda mais: personificações invertidas de elementos da natureza que, com alguma sorte, se encaixam na perfeição numa personalidade um tanto complicada; repetições perfeitamente coordenadas com dizeres que, ao ouvido de uma só pessoa, soam que nem melodias vindas do acasalar de diferentes espécies. Não sei, aquele envelope intrigou-me mal o vi. Revi cenas na minha cabeça, senti-me um verdadeiro aventureiro. Não saí do sítio e devo ter feito a viagem mais rápida de sempre pois, na minha cabeça, parti da superfície até aos confins mais escuros e bem guardados, mas tudo numa fracção de segundo. Se descobri ou não as memórias que estava à procura para fazer deste texto uma reflexão poética? Julgo que memórias correctas não me faltaram e tudo o que tirei delas foi inspiração porque, das memórias, nada mais se pode tirar do que um ligeiro sorriso e uma felicidade que outrora existiu mas, por uma razão ou outra, deixou de estar presente e ficou num canto armazenada, como que uma carta por abrir, esquecida numa gaveta qualquer...