segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

lamento pedonal

Quis escrever; perdi-me no como - merda. Terei perdido este pseudo-requinte que me conferia distinção? Serei tão ou mais mortal, como todos os outros?
Resignar-me à minha pequenez não foi tão aprazível como julguei que tal se constituiria. Desci um degrau figurativo para poder ficar equiparável a todos os outros, mas com uns centímetros de alma a mais - figurativamente, de novo, porque as almas não se medem aos palmos. A alma conta muito. Tanto. É imensa. [quero uma alma e olhar para as vossas] Querer é tão pequeno e tão humano que não quero querer. Lá está de novo. Que aborrecimento isto de pertencer ao mundo.
Terei de optar entre pertencer a todos ou a mim? Haverá meio termo designável?
Não sou poeta. Não escrevo prosa decente. Eu sei lá se sei escrever. Não saber é um dado adquirido, o único ganho constante na manhã - sou um Sócrates actual e menos acreditado. Hei eu de ser envenenado na praça pública por não aceitar resumir-me a tão-lindas convenções.
Ingrato conotá-las desta forma; lindas são as mulheres. E as almas. As almas são mulheres, são figuras femininas que coabitam entre o nosso mundo e outro qualquer. [sou mundano e quero desfrutar dos meus prazeres mundanos]
Tenho todo o direito de Bukowskizar, a ser eminentemente do povinho, mas constantemente um passo à frente. Sou espectador e intervenho quando posso tocar.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

ser até

A saudade mata 
E perfila. 
Tu és até onde
A saudade te deixa ser. 
Ter saudade é um fim 
- último e pequeno. 
Nos versos há rima
E a vida é prata;
O homem vacila
E a vida logo se esconde;
Fosse eu de poder
Para ti, por ti e para mim, 
O poema é moreno 
E o Norte já não é tão acima. 

sábado, 7 de fevereiro de 2015

marxismo de abundância

Edifica o futuro
E materializa tenros laços.
Ser dois ou ser um só
É fácil e complementar.
Utopia-me:
Fiquemos bem no escuro,
Existindo em belos traços;
Num idealização de dó
Ou de notas outras que queiras tocar.
Utopia-me.