sexta-feira, 29 de julho de 2011

Make it in pieces

Lembro-me de há uns dias ter vindo aqui, procurando escrever algo com qualidade, algo suficientemente bom para me fazer dizer "yeah, I still got it.". Passou-se exactamente o contrário, nada me saiu, pensei por momentos que talvez tivesse perdido a magia, depois voltei a remexer no assunto e cheguei à conclusão de que talvez apenas fosse um mau momento, uma má altura, um mau dia. Bem, não sei. Não sei o que foi que me fez congelar, os meus dedos não se mexiam de forma a conseguir o bater contínuo no teclado ao qual estou habituado. Senti que, para além do imenso vazio e obscuridade de uma noite passada sozinho, estava também um silêncio de meter medo ao susto. Ouvia o chiar da minha cadeira de braços, ouvia as árvores a mexer lá fora, nada mais. Desisti (algo que não devia ter feito) e fui deitar-me. Apaguei a luz do candeeiro vermelho e retorcido. Tapei-me até às costas - apesar do vento, está calor - pensei.
Tentei dormir mas algo me perturbava. Voltei a pensar no texto e na pequena desilusão que havia apanhado. Tentei dissuadir-me disso, meti na mente algumas imagens engraçadas, mas não resultou pois eram apenas fragmentos.
Dei dois goles na garrafa de água, o calor estava mesmo a apertar. O vento tinha desaparecido. Olho para o relógio: são 3:25h, penso já ter dormido alguma coisa.
Volto a lembrar-me do texto, ou da falta dele. Agarrei num caderninho, balbuciei algumas palavras que nem eu próprio percebi, e escrevi. Penso ter escrito durante 1h ou coisa parecida, tudo o que me veio à cabeça foi passado para aquele papel, para aquela folha daquele caderno sem capa. Acabei de escrever. Guardei o caderno. Ainda faltava algo. Parecia que tinha um assunto pendente e não podia deixá-lo para depois da longa dormida que tinha pela frente. Aí percebi o que era: o que tinha escrito naquela folha tinham sido os meus pensamentos mais recentes, aqueles que são os mais importantes. Senti que ninguém os podia ver, hipótese que aumentava tendo-os escritos numa folhinha de papel. Então decidi rasgar essa folha. Sim, rasguei-a em pedaços pequeninos, meti muita cola por cima desses pedaços e envolvi-os por uma outra folha, folha essa que foi parar ao cesto do lixo.
Olhei novamente para o relógio: eram 4:39h.
Deitei-me novamente e pela última vez nessa noite, ou madrugada. Senti-me finalmente aliviado, senti que conseguia dormir por dois dias que nada ia desabar. Senti que um pequeno texto falhado nada quer dizer, apenas me incita a escrever mais vezes.
«tentativa e erro, tentativa e erro»

domingo, 24 de julho de 2011

I was wondering... No, actually I was wandering...

Os textos por fazer vão-se acumulando, continuo sem saber o que se passa, continuo a vaguear pela minha mente sem qualquer rumo. Tenho notado que tem havido um maior número de rasgos de luz, o único problema é que a preguiça e a não-disponibilidade têm aumentado também, logo, tem-me sido difícil concretizar qualquer texto ou qualquer ideia que tenha surgido eventualmente. Tem-me sido também difícil "engolir" tudo isto. Avante, nada será se eu não lhe der importância. Espera, talvez já lhe esteja a dar importância, e daí venha o que estou presentemente a escrever.
Ultimamente tenho sonhado bastante. Não sei bem sobre quê, apenas me lembro de alguns pequenos fragmentos. Vejo uns cabelos loiros à minha frente, vejo um rio noutro dia, vejo-me a sobrevoar Lisboa, vou tão alto que já só reconheço a nossa península. O que é isto? Penso nunca ter sonhado tão alto, penso nunca ter visto algo tão real enquanto dormia. Desconheço estes sonhos, não por completo, longe disso aliás. Reconheço algumas coisas, como as que referi em cima, nada mais. Quero fazer como quero, é o meu sonho. Mas avisto alguns vultos no meio de tudo isto, talvez se tivesse trazido os óculos visse melhor, pensei. Não importa, vou continuar a andar, apesar de não compreender o porquê de estar de volta ao chão. Continuei a andar, agora os vultos estão próximos de mim e ainda não consigo distinguir nada da sua fisionomia. Oiço barulhos, como se estivesse no meio de muita gente, no entanto, os primeiros vultos mantêm-se e apenas são cerca de meia dúzia. Sim, meia dúzia de vultos que me estão a enlouquecer com tanto barulho. De repente, o meu corpo começa a correr. Deixou de estar no meu domínio, o sonho. O subconsciente está a levar a melhor, mais uma vez e para variar... Caí de um precipício, acordei. Não consigo dizer se o facto de ter caído do precipício me fez acordar, levando assim a melhor ao meu controlador dos sonhos. Talvez quem tenha levado a melhor tenha sido ele , visto que me fez acordar de madrugada. Não me lembro de mais sonhos nessa noite, curioso é o pormenor de apenas ter dormido 1h. Hora essa onde tudo isto se passou. Talvez quando se sonha se perca o tempo, ou apenas o tempo se perca nos sonhos, uma das duas.
Com isto vagueei. Vagueei no subconsciente, esse lugar onde é difícil de se entrar. Olhei para alguns fragmentos de sonhos, consegui reconstruir este.

domingo, 17 de julho de 2011

Opportunity, you're mine! Damn, actually you're not.

Reparo neste momento que há vários posts, textos, mensagens ou o que lhes quiserem chamar, por acabar. Reparo também que esses mesmos textos provêm de rasgos de inspiração que me vêm à cabeça por momentos e não são logo aproveitados. Talvez estivesse a fazer algo mais interessante, talvez estivesse sem paciência para escrever, mesmo sabendo que, naquele momento em particular, o conseguiria fazer. Não sei, mas com certeza há uma razão para eu não ter aproveitado. Sim, com isto quero iniciar uma mensagem, que talvez nem seja terminada (mais uma vez), falando do nosso sentido oportunista. Sim, todos temos disto. Disto? Sim, é algo que não sei como considerar. Aliás, classifico-o como uma "coisa", uma coisa que não me diz muito, apenas sabendo então que existe. Onde o posso ver em acção? Hm, não é difícil. Podemos verificar que isto existe num jogo de futebol. Sim, aí mesmo. Quando o guarda-redes defende uma bola difícil e, porventura, está lá um avançado da equipa adversária com sentido oportunista suficientemente apurado para adivinhar que a bola iria ressaltar para ele, de forma a conseguir facturar. Mas não era exactamente de sentido oportunista que queria falar, era mais da nossa capacidade de aproveitar as oportunidades que nos são dadas.
Talvez assim o texto faça mais sentido...
Sim, nós, seres-vivos, temos a capacidade de reconhecer uma oportunidade e de agarrar a mesma. Talvez os animais agarrem mais oportunidades que nós próprios. Sim, nós pensamos em demasia, e, por vezes, isso faz com que nos mantenhamos estáticos e, como consequência, que percamos uma ou outra oportunidade. Apesar de ser difícil aproveitar tudo o que nos é dado, penso que é possível. Óbvio e não necessário de referir será o facto de uma oportunidade agarrada significa uma escolha feita, escolha essa que poderá condicionar eventuais oportunidades que viriam a acontecer. Tento escrever sobre oportunidades, mesmo sabendo que eu próprio já desperdicei algumas... valiosas até. Mas todos erramos, é a maior verdade. Penso que todos temos perdão quando erramos no que toca a oportunidades.
Mais uma vez, volto a verificar que escrevo num tom até um pouco hipócrita, se é que isso existe na verdade. Tenho experimentado quebrar a rotina, talvez de forma a criar novas oportunidades ou até de ver oportunidades já antigas e esquecidas. Muito sinceramente, tem resultado.
Apesar de continuar a achar que está algo em falta, dou este texto por terminado. Talvez apenas não queira acumular mais um na pilha dos "rascunhos", talvez apenas tenha sentido falta de escrever, a verdade é que o aqui está é verdade, pelo menos é verdade na minha mente.


(interessante: pesquisei "agarrar oportunidade", de modo a arranjar uma imagem que consiga ilustrar minimamente este texto, mas apenas me apareceram jogadores de futebol.)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

I'm not aware of who won, brain says it's him, but he's an organ with some giant pride

Bem, talvez hoje seja um dia, uma noite, corrijo, diferente. Talvez hoje seja tempo de escrever algo de uma forma diferente do habitual, quebrar o normal, entendem? Hum, talvez não. Mas, mais uma vez, isso não me interessa. Pensei em fazer uma conversa, sem saber bem como. Pensei que, para uma conversa, são necessários um ou mais indivíduos, sujeitos, locutores. Então pus-me, mais uma vez, a pensar, mas desta vez em dois sujeitos, animados ou não, que pudessem aqui ajudar-me com um diálogo. Sim, os que me vieram prontamente à cabeça foi o coração e o cérebro, apesar de ser um pouco difícil imaginar uma conversa entre eles... Não, até nem é difícil, dado tudo o que se passa. Então é o que vou tentar fazer.

Que pensas que estás a fazer? Quem? Eu? Sim, tu aí de vermelho. Que estás a fazer? Eu? Eu estou a fazer o que realmente me compete, ao contrário de ti. Eu também estou a fazer o que me compete. Ai sim? Sim, estou a comandar um exame à tua estranha actividade. Afinal de contas, eu comando o corpo do indivíduo onde estás e estamos todos alojados. Deves pensar que és muito importante, tu... E é totalmente verdade, sem mim nada neste corpo funciona. Talvez seja verdade, mas sem mim tu também não funcionas. Ehr... (tosse atrapalhado), está bem, mas estás a desviar-me do assunto. Não fui eu, tu é que te desviaste inicialmente. Cala-te durante uns minutos, estás a tirar-me do sério! Não tenho culpa, tu é que dás demasiada importância a todo o pormenor. Eu? Tu fazes com que eu dê importância a quem não a merece! Desculpa? Eu apenas mando fazer o que os sentimentos do rapaz realmente querem. Mas eu não quero obedecer, e agora? Tens de o fazer ahah, é a lei natural da vida. Quem te disse que isso existe? Tu próprio, passas a vida a gritar lá na tua sala, lá em cima. Apenas oiço algumas coisas. Mas tu não podes fazer parte disso, tens de deixar o rapaz viver. E ele sempre viveu com amor, está vivo, não está? Está sim, mas apenas porque eu estou lá para o obrigar a levantar, apesar de ficar um pouco incapacitado quando tu erras nas tuas decisões. Mas... errar é humano, sempre foi. Entende uma coisa, tu não és um humano, apenas fazes parte dele. Sim, talvez isso seja um pouco verdade, ou até totalmente verdade. Mas se eu não existisse o rapaz não passava de um robô. Talvez, mas não achas que viveria melhor assim? Como é que alguém pode viver sem emoções, sem amor, sem tristeza? Sem tristeza é possível... Oh, claro que é, mas tu percebeste o que quis dizer. Sim, percebi bem. Mas tu também tens de perceber que muita gente se fartou da vida devido aos desgostos que tu dás, por seres tão aventureiro e agires sempre de "cabeça" quente. Sim, mas eu não tenho culpa! Se não for assim, como serei? Talvez um pouco mais cauteloso? Não dá, a sério, é muito difícil para mim fazê-lo. Não é por má vontade. Mas tu enervas-me com isso, sabes? Sei, perfeitamente aliás. Então se sabes por que razão continuas a fazê-lo? Já te expliquei, é-me impossível evitar isso. Alguém me dê algo para atenuar os nervos, este tira-me sempre do sério. Temos de chegar a um consenso, percebes? Claro que sim, mas tens também de perceber que este consenso, como tu lhe chamas, prefiro chamar-lhe acordo, não vai durar muito... E porquê? Eu sou mentiroso, minto compulsivamente, mas sempre com uma causa concreta. Ao contrário de ti que, por vezes, mentes só porque sim, porque te dá na gana. Isso é uma forma de divertimento (diz indignado), e uma mentirinha nunca fez mal a ninguém. Talvez não tenha feito, mas e se forem várias mentirinhas? Pois... isso é capaz de ser uma grande confusão... Não é capaz, é mesmo uma grande confusão. Talvez, mas estás a fugir ao assunto outra vez. Eu vim aqui abaixo pois tu estás outra vez a ter um dos teus movimentos repentinos. E depois? Não posso? E se der em asneira, uma vez mais? Se der em asneira, deu, olha, acontece. Sim, mas como saberás que é a tal? Simplesmente não sabes, isso vê-se com o tempo. Então... Espera que ainda não acabei. Tens de perceber que, quer nesta quer noutra idade, qualquer uma pode ser a tal. Sim, mas... CALA-TE, deixa que isto seja à minha maneira, pelo menos desta vez. Hmpf, está bem, mas só desta vez, garanto-te que se tiver de vir aqui novamente não serei tão brando.

E realmente tinha razão, hoje foi uma noite diferente. Consegui executar a tarefa a que me fui propondo fazer durante o dia de hoje, ou de ontem aliás. Hei-de descobrir quem ganhou, pois não acredito no que o cérebro me disse, e ele é orgulhoso também.

sábado, 2 de julho de 2011

Me, Myself, I, it's my world, yes, it's mine, see ya !

Hoje decidi fazer um balanço deste ano. Não só do meu, não, de longe pensar nisso. Decidi fazer um balanço global do ano de várias pessoas à minha volta, contrastando com o meu. Não foi a ideia mais brilhante que tive até hoje, aliás, está a milhas disso, mas sinceramente não me interessa o brilhantismo das minhas ideias, até porque ele não conta para muito, é verão afinal. Pois bem, fiz então isso mesmo, um balanço deste ano. Verifiquei tudo o que aconteceu e concluí que este ano foi até bastante bom, apesar de tudo e apesar de continuar a achar que algo me escapou, foi, na sua globalidade, um bom ano. Houve mudanças como sempre houve e como sempre haverá, mas a questão não será essa, com toda a certeza. A questão será sim o nível dessas mudanças. Bem, não é o nível que quero dizer ou contar, apenas se são boas ou más. Ou menos boas ou menos más, algo assim. Talvez karma seja a palavra em falta, apesar de não acreditar muito nessas coisas.
Reparei que desde há uns tempos que comecei a colocar imagens nos meus textos, tentando ilustrá-los da forma idealizada na minha mente. Na verdade, nem sempre saem como eu queria, aliás, é raro saírem. Apesar de tudo, é algo que complementa, completa a estrutura de um texto.
Na nossa vida temos e teremos situações em que necessitaremos de complementos para que ela se torne um pouco menos dolorosa e, por assim dizer, mais "vivível".
(4-7-11) Há então tipos de obstáculos que nos fazem querer dizer "Já fui. Não consigo mais. Não vale a pena, simplesmente", mas para que existem estes obstáculos? Para serem ultrapassados, exactamente. Todos temos formas diferentes de os ultrapassar, é verdade e ninguém o pode negar. Mas será que todas estas maneiras têm o mesmo grau de eficiência? Será que todas elas são a maneira certa? Pois, talvez, é um pouco difícil de se saber, até porque isto pode e deverá mudar de caso para caso. Pois bem, um balanço do meu ano resultou nisto, apesar de não saber ao certo no que terá resultado.
Mas volto a sublinhar, não foi apenas do meu ano... ou talvez até tenha sido. Afinal de contas, o que revi foram memórias, momentos, vividos ou alterados pela minha pessoa, portanto, penso que isto se pode considerar um modo de expressão um pouco egoísta. Sim, talvez o meu ano e o meu mundo sejam uma grande bola de egoísmo, mas não me importo com isso, de todo. Até porque sou eu que controlo isso, é como se tudo girasse no meu dedo.