sábado, 16 de agosto de 2014

entre a Olga e o café

Ia Olga, aromática,
Pelo que se podia adivinhar ser uma rua.
Rua estreita aquela -
Pensava para a chávena,
Perdido numa idiotice qualquer.
Mas os grãos de café da Olga
Não tornavam desperdício:
Nenhum caía, nenhum chorava.
Nenhum sorria, mas ela era pragmática.
A máquina era tão sua,
Tão singela,
Tal açúcar pertencer à cana,
Que ninguém a tomava por mulher.
Eram os grãos, Olga!
Os grãos eram estalagmites em precipício.
Ela corava,
Orgulhosa dos grãos que cultivara,
E fazia o melhor café num raio de 5 planetas e meio.
Raios, Olga..!
Que crime, que falácia tão brava;
A nada se equipara
Este pedaço de estrada, ou este freio
Que ruge de ferrugem,
Que grita de energia,
Que definha numa comodidade de grão.
Oh Olga,
Cobre-me de penugem,
Causa-me euforia,
E deixa que morra, sozinho, frio neste chão.