sexta-feira, 8 de julho de 2011

I'm not aware of who won, brain says it's him, but he's an organ with some giant pride

Bem, talvez hoje seja um dia, uma noite, corrijo, diferente. Talvez hoje seja tempo de escrever algo de uma forma diferente do habitual, quebrar o normal, entendem? Hum, talvez não. Mas, mais uma vez, isso não me interessa. Pensei em fazer uma conversa, sem saber bem como. Pensei que, para uma conversa, são necessários um ou mais indivíduos, sujeitos, locutores. Então pus-me, mais uma vez, a pensar, mas desta vez em dois sujeitos, animados ou não, que pudessem aqui ajudar-me com um diálogo. Sim, os que me vieram prontamente à cabeça foi o coração e o cérebro, apesar de ser um pouco difícil imaginar uma conversa entre eles... Não, até nem é difícil, dado tudo o que se passa. Então é o que vou tentar fazer.

Que pensas que estás a fazer? Quem? Eu? Sim, tu aí de vermelho. Que estás a fazer? Eu? Eu estou a fazer o que realmente me compete, ao contrário de ti. Eu também estou a fazer o que me compete. Ai sim? Sim, estou a comandar um exame à tua estranha actividade. Afinal de contas, eu comando o corpo do indivíduo onde estás e estamos todos alojados. Deves pensar que és muito importante, tu... E é totalmente verdade, sem mim nada neste corpo funciona. Talvez seja verdade, mas sem mim tu também não funcionas. Ehr... (tosse atrapalhado), está bem, mas estás a desviar-me do assunto. Não fui eu, tu é que te desviaste inicialmente. Cala-te durante uns minutos, estás a tirar-me do sério! Não tenho culpa, tu é que dás demasiada importância a todo o pormenor. Eu? Tu fazes com que eu dê importância a quem não a merece! Desculpa? Eu apenas mando fazer o que os sentimentos do rapaz realmente querem. Mas eu não quero obedecer, e agora? Tens de o fazer ahah, é a lei natural da vida. Quem te disse que isso existe? Tu próprio, passas a vida a gritar lá na tua sala, lá em cima. Apenas oiço algumas coisas. Mas tu não podes fazer parte disso, tens de deixar o rapaz viver. E ele sempre viveu com amor, está vivo, não está? Está sim, mas apenas porque eu estou lá para o obrigar a levantar, apesar de ficar um pouco incapacitado quando tu erras nas tuas decisões. Mas... errar é humano, sempre foi. Entende uma coisa, tu não és um humano, apenas fazes parte dele. Sim, talvez isso seja um pouco verdade, ou até totalmente verdade. Mas se eu não existisse o rapaz não passava de um robô. Talvez, mas não achas que viveria melhor assim? Como é que alguém pode viver sem emoções, sem amor, sem tristeza? Sem tristeza é possível... Oh, claro que é, mas tu percebeste o que quis dizer. Sim, percebi bem. Mas tu também tens de perceber que muita gente se fartou da vida devido aos desgostos que tu dás, por seres tão aventureiro e agires sempre de "cabeça" quente. Sim, mas eu não tenho culpa! Se não for assim, como serei? Talvez um pouco mais cauteloso? Não dá, a sério, é muito difícil para mim fazê-lo. Não é por má vontade. Mas tu enervas-me com isso, sabes? Sei, perfeitamente aliás. Então se sabes por que razão continuas a fazê-lo? Já te expliquei, é-me impossível evitar isso. Alguém me dê algo para atenuar os nervos, este tira-me sempre do sério. Temos de chegar a um consenso, percebes? Claro que sim, mas tens também de perceber que este consenso, como tu lhe chamas, prefiro chamar-lhe acordo, não vai durar muito... E porquê? Eu sou mentiroso, minto compulsivamente, mas sempre com uma causa concreta. Ao contrário de ti que, por vezes, mentes só porque sim, porque te dá na gana. Isso é uma forma de divertimento (diz indignado), e uma mentirinha nunca fez mal a ninguém. Talvez não tenha feito, mas e se forem várias mentirinhas? Pois... isso é capaz de ser uma grande confusão... Não é capaz, é mesmo uma grande confusão. Talvez, mas estás a fugir ao assunto outra vez. Eu vim aqui abaixo pois tu estás outra vez a ter um dos teus movimentos repentinos. E depois? Não posso? E se der em asneira, uma vez mais? Se der em asneira, deu, olha, acontece. Sim, mas como saberás que é a tal? Simplesmente não sabes, isso vê-se com o tempo. Então... Espera que ainda não acabei. Tens de perceber que, quer nesta quer noutra idade, qualquer uma pode ser a tal. Sim, mas... CALA-TE, deixa que isto seja à minha maneira, pelo menos desta vez. Hmpf, está bem, mas só desta vez, garanto-te que se tiver de vir aqui novamente não serei tão brando.

E realmente tinha razão, hoje foi uma noite diferente. Consegui executar a tarefa a que me fui propondo fazer durante o dia de hoje, ou de ontem aliás. Hei-de descobrir quem ganhou, pois não acredito no que o cérebro me disse, e ele é orgulhoso também.

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