domingo, 25 de setembro de 2011

lonely rock bench

Um sonho. Há várias formas de o definir. Eu cá defino-o como uma criação do meu subconsciente, da minha mente por vezes calma, por vezes mais atribulada. Ultimamente, os meus sonhos têm sido um tanto rebuscados. Rebuscados mas não em termos de tema, mas mesmo em termos de conteúdo. Têm sido algo difíceis de imaginar acordado, se assim se puderem definir. Posso começar com um simples, para não me enrolar muito nas minhas palavras fracas em sentido literal.
Tudo começa comigo sentado num banco de pedra. Está bastante sol, calculo que sejam umas 14h da tarde. Apesar do sol, não está calor algum, suponho então que será Inverno ou Outono naquele sítio.
Vejo bastantes pessoas a passarem à minha frente. Nessa altura reparo que estou a respirar com certas dificuldades - é do frio - penso. Mas tinha-me enganado parcialmente: não era só pelo frio que assim estava, tinha vindo a andar desde muito longe e estava cansado. O porquê de ter vindo de um lugar longínquo até ali? Não o consegui descobrir até acordar, frustrante.
Continuo sentado no pequeno banco de pedra, sinto a textura áspera do mesmo enquanto vou "explorando" o ambiente onde estou inserido. Olho para cima e vejo o sol a passar entre as árvores, provocando uma sombra que apenas engloba o meu assento e um pedaço de jardim que está atrás de mim.
Levanto-me repentinamente e caminho em direcção a um simpático café e peço um B! Limonada, coisa que é raro beber. Volto a dirigir-me à rua, viro à esquerda e deparo-me com um eléctrico, Graça 28. Apercebo-me nesta altura de que estou em Lisboa, num sítio onde provavelmente não devia estar mas estava. Prontamente, mudo de direcção e já não encontro o meu solitário banco. Todo o cenário muda e já não me encontro sequer perto do local onde estava anteriormente. Assusto-me e começo a correr rumo ao sítio mais brilhante que conseguia ver - sinto-me um pouco um corvo, talvez até uma mosca ou uma traça - ri-me.
Estou perdido e apenas me apetece desaparecer, porém, toco numa pedra rugosa que me transporta até ao banco novamente. Desta maneira fiquei esclarecido: estava ofegante no início e agora também por ter corrido aquele bocadinho e ter sido levado para o banco novamente. O sonho era um ciclo vicioso que me apagava a memória e me fazia pensar em coisas diferentes.
Talvez a vida devesse ser assim, uma vez por outra.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

All we need is peace

Há dias em que nos apetece encontrar um buraquinho algures, metermo-nos lá dentro e não sair durante um dia, ou mais que isso. Há dias em que parece que a paciência simplesmente nos deixou com um grande NADA, em que parece que todo o pequeno pormenor vai na nossa direcção a cento e duzentos quilómetros por hora. Há simples momentos em que nos apetece desaparecer, fugir de determinado sítio para longe. Por outras palavras, isolarmo-nos um pouco do mundo.
Nestes tempos, vêm-nos várias defesas à cabeça. O cinismo é a minha favorita. E porquê? Bem, é algo um pouco confuso de explicar, como tantas outras coisas que provêm da minha imaginação e vontade. Pois, é então um mecanismo de defesa automatizado na minha pessoa. É discreto e extremamente eficaz, não deixando trespassar qualquer tipo de sentimento a não ser raiva e desdém. Desta forma, evito perguntas desnecessárias e pertinentes como as óbvias e usuais que não vou referir. Tento também assim não chatear ninguém com mais do que o meu sentido de humor um pouco negro e obscuro.
Oiço críticas a isto e aquilo, oiço insultos vindos de todos e dirigidos a outros tantos. Maior parte das vezes e dos dias, rio-me do que dizem e continuo a andar. Em dias como o de hoje, é-me extremamente difícil ignorar as injustiças cometidas por outros em prole de si próprios. Sendo assim, tento não as ver. Poderá isto ser chamado de uma certa cobardia? Pois bem , acho que sim. Sim, pode mesmo. E pode dado que evito passar por certas coisas para não ter de as enfrentar de frente, apenas para não ser atingido pelos fragmentos que vêm a alta velocidade na minha direcção.
Há buraquinhos que trazem paz, tais como o meu;
há buraquinhos que trazem tudo o que é mau ao de cima, fazendo assim como que uma pessoa normal se torne bastante socialmente inaceitável;
e há... não vale a pena falar de mais buraquinhos e refúgios, até porque apenas nos protegem durante um período indeterminado de tempo.
O melhor que podemos fazer é enfrentar o que nos é atirado e parar tudo da melhor forma que soubermos.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Nothing is true , everything is permitted

Nenhuma verdade é absoluta. O facto de não se conseguir provar completamente algo compromete, pelo menos em certas mentes, tudo o que é feito, dito ou visto. Se é impossível para essas pessoas compreenderem certas coisas? Talvez, mas garantia não é. Aliás, não é nem de qualquer maneira uma garantia por não ser possível tratá-la como verdade, mais uma vez. Talvez consigamos admitir que vivemos num mundo um tanto confuso e repleto de muitas coisas incompreensíveis mas, e por uma razão que ainda me é desconhecida, conseguimos aceitar e engolir tudo como se nada fosse. E se, com algumas dúvidas e senãos pelo meio, for uma capacidade do ser humano, adquirida com a evolução do próprio ao longo dos tempos? Se for, é uma capacidade que queria ter um pouco mais em mim, em cada dia. Porquê? Talvez para que, apenas a pouco e pouco, os dias se tornem mais suportáveis e facilmente encaráveis, longe de várias coisas sem as quais é difícil praticar as acções antes referidas. O desistir? É novamente relativo, se desistirmos de algo importante, quem sabe de que mais coisas desistiremos?
Se não dermos conta dos nossos actos, haverá sempre alguém que nos vai lembrar de o fazer, a verdade é essa, penso que o importante é sermos nós a entender o porquê de fazermos certas coisas, o nosso objectivo devia ser entendermo-nos a nós próprios e só depois tentar entender o resto do mundo.
Devemos, entre outras coisas, criar um pequeno mundo só nosso, um sítio onde possamos desfrutar de tudo o que queremos sem qualquer tipo de limite imposto. Aí seremos livres. Completamente? Julgo que sim. Se tivermos uma mente livre, clara e simplesmente afastada de um mundo mais feio, mais perigoso, mais real.
O medo de não sabermos o que é verdadeiro ou não assusta qualquer pessoa, porém, todos os dias somos fortes o suficiente para tomarmos certas declarações verdadeiras e outras falsas, temos força e inteligência suficientes. (In)felizmente, o ter ou não ter continua a não ser absoluto.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Go ahead , smile

Tenho pensado insistentemente em escrever aqui. Tenho lido alguns textos de blogs aos quais subscrevi, tentando ganhar coragem de vir aqui e fazer o mesmo que eles. Não para ser igual a eles, não para apenas dizer "também eu", mas sim para me expressar, sabendo perfeitamente que é necessário fazê-lo de tempos a tempos. Para falar verdade, nas últimas vezes que aqui tenho escrito tenho me expressado de uma forma um pouco tímida, divagando sempre noutros assuntos menos importantes e talvez um pouco mais banais. Talvez ache que assim fique mais bonito, mais poético ou mais outra coisa qualquer, não sei. Sei que não estou na minha maneira de ser normal quando escrevo. Fico um ser um pouco mais melancólico, mais sério, mais terra-a-terra e ao mesmo tempo mais aluado, fico confuso e pensativo sem intervalos entre ambos os estados de espírito. Fico livre e , de alguma forma, preso. Preso a quê? Preso ao computador, preso ao "papel" onde escrevo, preso às letras, exactamente. Porém, sinto-me bem ao escrever, sinto-me melhor ainda ao reler o texto no final e poder dizer "bom trabalho", poder orgulhar-me do que fiz.
Por vezes, penso no que estou a sentir. Vejo que não estou normal, vejo que não estou a sorrir. Vejo que estou sereno a apanhar com uma brisa na cara... entra pela pequena fresta da janela que deixo aberta todos os dias. De vez em quando embrenho-me de tal forma no texto que estou a escrever que deixo de dar atenção a tudo o resto. Talvez seja uma maneira de me concentrar, isto de me dedicar deste modo à escrita quando a pratico.
Lembro-me do bem que me sentia quando comecei este blog, lembro-me dos primeiros textos, lembro-me do sorriso que havia sido estampado na minha cara por algo fora do normal. Há dias em que algo me bloqueia o pensamento - como o dia de hoje, por exemplo. Nesses dias sinto uma irritação enorme por me faltarem palavras, ideias ou até mesmo imaginação para terminar um texto que podia , eventualmente, estar bom. Mas, afinal de contas, o que conta não é fazer (voltando como é costume ao início do texto), o que conta é fazer por nós próprios, com a intenção de fazer algo que nos irá beneficiar mais cedo ou um pouco mais tarde, ou então isso não será necessário. Exacto, não é necessário fazer algo com um propósito diferente de apenas um pequeno sorriso nosso, devemos fazer as coisas que nos possam, de alguma forma, dar algum gozo, prazer. Devemos aproveitar o dia de hoje da melhor maneira que soubermos para, mais uma vez, tirarmos um pequeno sorriso de todo um dia. Mais, não sabemos o que acontecerá amanhã, será então mais um motivo de medo ou de ânimo, força?
Penso que isto será algo insubstituível e absolutamente indispensável à vida: uma ponta de felicidade, um resto dela ou apenas marcas da sua passagem.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Damn , fell again ... Oh well , best way to be happy is to keep walking forward , or in this particular case , walking up

Hoje sinto-me algo desamparado . Não é algo novo , até porque vem já  de alguns dias para trás . Sinto que a qualquer momento , aleatório  ou não , posso cair sem possibilidade alguma de me agarrar . Sim ,  exactamente como se caísse num buraco enorme e não ver , pela tensão  do momento ou pela inexistência de , alguma raíz ou rocha que  estivesse ao meu alcance . Começo então a pensar o porquê de aquele  buraco ter aparecido ali , naquele momento . Talvez tenham ocorrido  mudanças que deterioram a terra por baixo , de modo a fazê-la ceder  aos poucos , devagarinho . A verdade é que estes agentes vão tendo a  sua eficácia verificada com o passar do tempo . Talvez aquelas terras  necessitem de mais raízes de árvores próximas para se aguentarem  intactas , ou só perto disso , durante mais tempo . E , no fim de  contas , muito ou mesmo tudo se resume ao tempo , aproveitado ou  desperdiçado . Sim , este é um dos agentes corrosivos ou  fortificantes de uma metáfora um tanto rebuscada para exprimir um  estado de espírito distante . Distante ? Sim , da superfície e do  balanço . O que quero realmente dizer é que tudo pode acabar num  buraco . Mas , com alguma sorte , de um falso fim pode nascer um  verdadeiro início , início esse que levará quem caiu de volta à  superfície do buraco sem retorno ( a "buraco sem retorno" chamar-lhe-  ei de suposição momentânea ) . A vida não dá voltas de 360 graus porque é simplesmente estúpido  dizê-lo ; é capaz de dar de 180 e tudo ficar do avesso ; mas é  também capaz de dar voltas de mais de 180 e menos de 360 , levando a  que nós tenhamos de andar um pouco mais para atingirmos o ponto  desejado .