domingo, 29 de setembro de 2013

a descontinuidade esperançosa

Pudesse eu falhar
Tamanhas oportunidades.
Fosse eu soldado cego
Empunhando a espingarda.
Olho-te do décimo andar
Distraído das adversidades.
De porta em porta prego,
Sim, vou de farda.
Sistema é amar,
Aborrecido pelas cidades.
Eu já não chego -
Sou tudo e não me agrada.
Desconheço o teu falar:
Quem és, no mundo de celebridades?
- "Do zero me ergo
Para te tirar do nada"

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

tropeções num infinito

Vagueio no campo,
Incessantemente.
Engano-me e percorro-te
Iludido.
Pelo vinho me estampo.
Levanto-me indiferente
E olho para um caminho: este.
Não sei, estou perdido.
Vadiagem nesta vida,
Ou na outra, quem sabe.
Não me interessa se é indevida,
Só quero que acabe.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

refulgir de uma escuridão aparente

Dormência em mim
Por não te ter.
Ressoar irónico
Na minha mente.
Faço frenesim
Por não ter o poder,
Aquele supersónico,
Para te encontrar facilmente.
Procuro-te assim,
Procuro o teu ser,
Tivesse eu esse dever canónico.
Deixo-me impotente
Pulsando e a ferver.
Caio, atónito,
Num poço? É-me indiferente.

sábado, 21 de setembro de 2013

amor curvilinear

Provador de riscos,
Galante e sem medo,
Atira-te de cabeça
E faz queda de morteiro.
- Raios e coriscos! -
Exclamas com degredo
Para toda esta indiferença
Que olhas de modo grosseiro.
Servir-te-ia petiscos,
Juras em segredo.
Para ganhar recompensa,
Roubo-te tal arruaceiro.
Mil e um iscos
Para a morte te atraem cedo.
E, antes que pereça,
Ama-me por inteiro.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

o falsear tendencioso de tua alegria

Monotonia andante
Qual cavaleiro.
Regresso à inutilidade
Coada para um recipiente.
Vontade flamejante,
Com ironia de seu paradeiro.
Volta, inocente idade
Que a saudade é frequente.
O que me faltava em ante
Caiu pelo desfiladeiro.
Não o vejo com facilidade,
Morte consequente.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

perspicácia de um desejo involuntário

Nulidade de expressão,
Falácias no pensamento.
Agarra o ananás
Que te leva a vida ao áspero.
São de grande porte
As metáforas idiotas
Numa vida sem razão.
Mal me aguento,
Arrasto-me pelos sofás
Do que desejo ser o Peru.
- Peço-te, Anjo da Morte,
Faz-me passar pelas portas
Para o mundo são (?).
O caminho, um tormento,
Mas não olho para trás.
Escassez do próspero
No que era para ser um forte forte
Que saiu com paredes tão fracas quanto tortas.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

penitências de vida em julgamento

Questões existenciais
Desenvolvidas num vazio.
Vazio, larga-me a mente,
Mas não passes a todo,
Que todo é um medo.
Depressão, uma das clientes habituais
Neste que é nomeado um bar frio.
Promíscuo o frio para quem o sente.
A agasalhos inúteis me acomodo,
Enquanto caio do rochedo. -
"Amor, onde vais?"
Falho o olhar com um desvio
E conduzo em frente,
Esquecendo o engodo.
Efémera a queda do penedo.

domingo, 8 de setembro de 2013

reminiscências da futilidade futura

Necessidade de mudança -
Discordância no racional.
O Espelho da Bruxa Má
Passou a computador.
O intuito é o mesmo:
Massacrar os puros. 
Os meus sapatos de criança
Deixaram uma saudade abismal
Do que foi vivido e ficou lá.
Traz-me estórias, oh contador,
Ou o livro todo, traz-mo.
Pedidos duros
Estes feitos pela confiança.
Atinge o sensacional,
Deixa que o deleito se instale cá.
Pobre pensador,
Um crasso erro no esmo
Fez com que a comida não lhe selasse os furos.