domingo, 11 de maio de 2014

Pousada

Deitei-me no chão
De mãos na cabeça:
Já não havia portas para esmurrar.
Desespero irracional
- Quem me dera ser um cão
À espera que a vida esmoreça.
Acabei por me aborrecer...
O mundo é cal:
Branco todo e todo à volta;
Mas eu mostro-me sombra
Onde não há claridade.
Talvez só para contrariar,
Quiçá para atiçar uma revolta,
Já nem a alma me tomba
Para me corroer a dignidade.

Nada bate o quarto de hotel
Em que me escondi;
Nada abala a mente
De quem regressa...
Regressar ao papel,
Arrastar-me por aí;
O hotel mostra-me diferente
E a vida nunca mais começa.

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