domingo, 18 de maio de 2014

tropecei no guarda-chuva; lembrei-me que chove amanhã

Ignobilidade. Espera-se apreendendo o que se esfuma pelos reflexos de superfícies transparentes. As imagens transfiguram algo de inútil para o que se ergue como algodão na mente.
Leviandade de espírito é quase um bem indispensável, mas sinto antes chumbo a deturpar-me uma autofocalização; não que muitas almas me acompanhem - e descobri que não as posso agarrar, que é mau e o mau não deve fazer-se -, não é algo estritamente necessário. Não, julgo viver de forma aceítável, mesmo com plena consciência de que condicionei uma realidade que se alia a um futuro próximo que tende a ter um humor perpétuo como o que tem teimado a instalar-se... e as repercussões são constantes.
A depressão é genérica. Ninguém tem depressão. É como um autodiagnóstico inócuo. O mal, creio eu, vem sempre da fome e eu gostava de ter menos.
As formas mal dizem o que queria ouvir, mas os vultos transmórficos também parecem estar com carência de desenvoltura das cordas vocais. Seria de salientar que organismos imaginários proferissem sons que não se assemelhassem a inspirações constipadas, próprias de uma inutilidade parasítica, que vive de relações de sucção com emoções ou positivismos que vagueiam, singelos e abrigados - ou tentam -, mas a chuva não poupa os que folgam em impermeabilizar-se.

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