segunda-feira, 29 de junho de 2015

ode a Albert

Hoje, sinto-me vazio. Vazio de ti. Vazio de mim.
Prometo, porém, que é hoje apenas - não me estranhes por isto, que já vivi assim faz um ano.
Desconexo, intemporal e com isso desimportado - se me permitirem criar neologismos. Não me importo, de todo.
Inerte, morto, mas desinibido, em paz. Caminho a passo pesaroso e despreocupado para lado algum.
Divago, devaneio. Voava pelo calor refulgindo em espaço. Como Ícaro, que sem asas ficou, o calor tomou-me o corpo. Era todo eu res cogitans, sem corpo que pudesse ser-me atribuído. Não me enquadrava, simplesmente. Tão vazio que era por não existir recipiente que me contivesse. Estava, na verdade, cheio de vontade; mas vazio de ti, que é vazio de mim.
E, desta forma, assumi que me conhecia. Feliz e finalmente. Que estava em contacto com os prismas conscientes por que podia estender-me.
Eu não tinha corpo, mas era enorme. Como é boa a relatividade.

2 comentários: