segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

acorda-me às três

Não me lembro de adormecer,
Tão pouco me lembro de dormir.
Reconheço que tombei, qual desastre,
No que julgo ser um colchão.
Não, só o tapete me separa do chão.
Fiz um pedido ao teu ser,
Enquanto, inebriado, forçava um resistir
Que perpetua esta arte
Que é a negação.
Já nada me separa do chão.
Pedi que me acordasses às três,
Pois de madrugada se transformam mentiras,
Esboços de ideias, em verdade.
Pensei ter-te conseguido a mão...
Para onde foi o chão?
Bem não me fez
A última bebida, como a dos que se conformam
Com as vaidades
Que levaram à minha falta de razão.
Pois que me perco a procurar o chão.
Não atentaste ao meu pedido,
Visto que em muito passa das três
E tudo está calmo.
Ahh, quem me dera não ter adormecido.
Seria agora mais do que vês,
Ainda que caído no chão
Exausto, por não ter coração.

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