quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

fogo alado

Voam as corujas...
Antes voasses tu.
Conflui, compacta, existe e desaparece.
Verbos do ser que não são -
Nem eu sou.
Arribas sujas
Que perpetuo
Mas que a memória esquece.
Tentação
E três existências te dou.
Voa.
Voa e sai.
Alcança, transcende.
Vamos onde o futuro ressoa,
Onde a alma cai
E onde a coruja ascende,
Some. E a vertigem que consome
É o para sempre a meio gás,
É o inacabado que mata
Quando devia colmatar.
Sou a fome -
De ti - e a fúria fugaz
Que o pesar não trata.
De que fugimos nesta errata?
Parco o controlo que nos arrefece
E, num corpo pouco são
Em mente que voou,
No presente que desvirtuo
Por ser tua prece.

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